Porque só nos ama, só vai ficar até o fim, aquele que, depois da nossa utilidade, descobrir o nosso significado. Se assim não for, não permanece.
Amor é quando continuamos interessantes mesmo quando deixamos de ser novidade. Então, olhamos para trás e nos damos conta de que poucas ou nenhuma vez, de verdade, foi amor. Porque amor de verdade ainda é raro. Por isso eu batalho em dizer que precisamos nos amar e não esperar que o amor venha a partir da relação que temos com o outro.
Falar sobre o amor é mesmo um dos meus assuntos prediletos. Também o é não só pensar sobre o amor como também viver o amor. Em todas as suas faces, em todas as suas manifestações, nos dias bons e nos dias maus, quando é refresco para o coração.
Quando nos apaixonamos, verdade seja dita, é uma das sensações mais gostosas e que nos tira o fôlego de uma maneira que a gente supõe que tenha alcançado o podium da vida. Melhor do que qualquer fatia de bolo recheado, melhor que aquela viagem dos sonhos, melhor que ganhar na loteria (sim, por mais que digamos por aí que é melhor ou nos basta ter dinheiro do que o resto todo).
Só quem ama ou amou sabe dessa sensação que a paixão nos dá. E fica na memória pra sempre, mesmo que acabe (porque sempre termina) ou evolua para o amor.
O amor é como uma viagem no modo cruzeiro. Entretanto, um amor que tenha vindo de uma paixão, guarda em si uma chama e um calor que nunca se apaga. Admiro quando encontro casais assim!
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Mas como ter a certeza de que o outro nos ama? Um dia toda a beleza envelhece, ganhamos rugas onde nem imaginávamos que poderíamos ter. Um dia, o dinheiro acaba e as piadas passam a ser repetitivas e perdem a graça. O que sobra então? O que resta é a essência que nos une. Chame lá do nome que quiser chamar.
Não aceito que me digam que o amor que tinham por mim acabou-se. Amor não se acaba. Não era amor. Seja sincero e diga que achava que amava, mas, de fato, não amava. É melhor. Parece-me que a cada dia que passa as pessoas ficam mais medrosas. Medrosas de amar e medrosas em assumir que não amam. Gostam. Têm carinho. De repente, é apenas uma cena física. Mas, dizer que ama porque parece ser o final de todas as coisas, não é o que queremos.
Eu quero alguém sincero ao meu lado. Eu quero alguém verdadeiro e que se conheça e se assuma em relação ao que sente e ao que quer. E não quero alguém que se esconda nas feridas do passado para não se entregar a uma nova relação.
Porque só nos ama, só vai ficar até o fim, aquele que, depois da nossa utilidade, descobrir o nosso significado.
Quando estamos no calor da paixão ou somos ainda muito jovens ou ainda agradamos aos olhos do outro, é fácil que o outro faça juras de amor eterno e desenhe conosco um futuro brilhante e perfeito. Igual à novela da televisão. Entretanto, todas essas primeiras impressões ou acabam ou se transformam. Não somos jovens eternamente. Nossa beleza sofre transformações ao longo do tempo e a paixão termina. Depois disso, ainda fica a nossa utilidade. Mas também deixaremos de ser úteis. Alguns mais rápido do que outros dependendo de que utilidade estivermos falando.
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E então? Sobra-nos o nosso significado. E isso só pode ser descoberto ou construído pelo outro ou na companhia de ambos. Mas sempre de dentro pra fora. Não podemos impor significado a ninguém. Eu quero ter significado. Também preciso eu dar significado ao outro em minha vida. É uma via de mão dupla. E só funciona se os dois trabalharem nisso. Do contrário, é natural que se vá.
É o significado que nos dá a razão das coisas e das pessoas estarem ou não em nossa vida. Se não há uma razão para ficar, então há uma boa razão para ir. Se não há amor, melhor não insistir.
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