Existe na vida humana um dinamismo interno que se expressa em diversas tendências.
Ajudar o próximo é uma delas, tendência que não é apenas enraizada no substrato econômico ou social, mas também – e principalmente – na dimensão espiritual do ser humano.
Uma vez que a solidariedade nos identifica como espécie, ela também se reveste de modalidades diferentes.
Em primeiro lugar, o cuidado com o outro é a forma mais nobre de solidariedade.
Cuidar do outro significa reconhecê-lo na sua humanidade, no seu jeito de ser, atribuindo-lhe importância e valor. Viver e expressar carinho e ternura para com ele, ou seja, preocupar-se com a outra pessoa de maneira concreta. Essa preocupação é traduzida na decisão de fazer algo por alguém, envolvendo-se na situação em que ele se encontra.
Numa sociedade altamente egoísta, em que as pessoas só pensam em si, cuidar do outro, do jeito que o outro é, torna a vida humana mais significativa, por isso, muitas pessoas, principalmente jovens formados nos mais variados campos do conhecimento, doam-se em missão de ajuda humanitária mundo afora. O cuidado com o outro é o contrário da indiferença, do cinismo e da apatia.
Em segundo lugar, “fazer o bem sem olhar a quem” é um princípio cristão ensinado por Nosso Senhor Jesus Cristo: “Não há judeu nem grego, escravo ou livre, homem ou mulher, porque todos vós sois um em Cristo Jesus.” (Gálatas, 3:28). Santa Dulce dos Pobres dizia que “no rosto do doente abandonado eu encontro Jesus Cristo”.
O bem é, antes de tudo, interior, encontra-se oculto nas profundezas da alma humana.
Não há dúvida de que praticar o bem é o caminho mais rápido e seguro para a realização humana, no entanto, Jesus Cristo nos alerta: “Quando deres um donativo, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Com toda a certeza vos afirmo que eles já receberam o seu galardão. Tu, porém, quando deres uma esmola ou ajuda, não deixes tua mão esquerda saber o que faz a direita, para que a tua obra de caridade fique em secreto, e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.” (Mt 6:2-4).
Em suma, é preciso olhar para a outra pessoa de maneira humana e não como quem olha para uma coisa. É pelo olhar do outro que se dá a primeira revelação das pessoas. Permita que a outra pessoa veja você humanamente. É no olhar do outro, do pobre, do necessitado, do estrangeiro, da criança, do idoso, da dona de casa, do estudante que identificamos a verdadeira necessidade do ser humano, seja de um abraço, de um prato de sopa, de um cobertor ou de uma palavra amiga.
Enfim, seja solidário, pratique o bem!
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