Decisivamente, ninguém precisa disso!
Você já parou para dar uma olhada nas suas redes sociais? Viu a quantidade de amigos e histórias que circulam na sua timeline? Observou que você não conhece, realmente, mais de 50% deles, que 30% são conhecidos dos seus conhecidos, que 10% você já viu alguma vez, com 5% você já conversou, 3% curtem suas publicações e somente 2%, realmente 2% – e olhe lá –, compartilham do seu ponto de vista, tiram um tempo para ler suas publicações, fazem algum tipo de comentário, importam-se com os seus sentimentos expostos, etc.?
Naturalmente, os seus dados estatísticos podem ser diferentes e você pode ser um privilegiado estando fora dos padrões dessa pesquisa, mas a realidade é que temos mais pessoas stalkeando (no bom português brasileiro) a nossa vida do que torcendo pelo nosso sucesso!
O famoso “beijinho no ombro” ou “deixa pra lá” ou “não tô nem aí” funcionam algumas vezes, porém muitos desses olhares vampirizam a nossa energia, dando-nos trabalho em dobro no campo espiritual. São olhares que o seguem para saber da sua última viagem, não porque gostariam de aprender com as suas experiências, e sim para especular com os outros como foi que você conseguiu dinheiro, quantos quilos engordou, para saber quem é seu(sua) novo(a) parceiro(a), se o seu cabelo está pintado, a que horas você estava online, etc.
Imaginem isso sendo feito por centenas de pessoas que estão nas suas redes sociais? Você nem percebe o porquê daquela moleza inesperada, daquele sono fora de hora, daquela falta de vontade que muitas vezes o arrebata. É como se você acordasse todo dia e tivesse que, inconscientemente, travar uma batalha espiritual terrível, dando uma trabalheira danada para o seu anjo da guarda ou como o queiram chamar.
Será que realmente precisamos de tanto lixo eletrônico? Será realmente que é a quantidade de pessoas que importa em detrimento da qualidade delas?
Estamos vivendo numa era na qual tudo é fugaz, tudo transcorre de maneira tão rápida que, quando nos damos conta, aquilo que pensávamos que era para durar acabou! Algumas amizades perfazem somente para formar o que chamamos de network e, como o próprio nome já nos indica, uma rede de contatos. Às vezes, não passamos disso: uma rede de contatos. Ela é fria, descartável, calculável, utilizamo-la para um fim determinado e, quando não precisamos mais dela, deletamo-la.
Como dizia Zygmunt Bauman, “vivemos em tempos líquidos. Nada foi feito para durar”. Decerto que Bauman nos remete a ampla observação da modernidade, porém gostaria de me ater aqui somente ao que chamo de amizade líquida.
Definitivamente, o homem comum não precisa de um volume de pessoas como essas citadas nos parágrafos acima, salvo aquele que faz disso um meio de vida, na qual a exposição da sua vida traz um retorno financeiro através desses “observadores”.
No geral, ninguém precisa de pessoas sugando suas energias, procurando defeitos nas suas fotos, controlando os seus horários, seus relacionamentos, suas roupas, seu peso etc.
Nós não precisamos de lixo eletrônico!
Portanto, aproveite este começo de ano para fazer uma limpeza energética e elimine da sua vida todos aqueles que podem estar furtando sorrateiramente a sua energia, a sua paz, quiçá a sua integridade, pois se falam de você ou o julgam por uma “observação” nas redes sociais, com certeza, não estão preocupados com a repercussão que uma fofoca desse tipo pode causar, mas sim estão com a falsa sensação de que enalteceram os próprios egos e se fizeram importantes por trazer a vida de alguém para o centro de uma discussão. Decisivamente, ninguém precisa disso!
Direitos autorais da imagem de capa: Isabell Winter/Unsplash.