Dentre os diversos prêmios a nível global que uma pessoa pode ganhar, um deles é muito especial e significativo, o Prêmio Templeton. Também conhecido como o ‘Nobel da espiritualidade’.
O prêmio existe desde 1972 e é entregue a uma pessoa viva que, de acordo com os juízes, “fez uma contribuição excepcional para a afirmação da dimensão espiritual da vida, seja através de uma introspecção, descoberta ou trabalhos práticos”.
Para você ter uma noção do quão importante é o prêmio, alguns vencedores foram Madre Teresa de Calcutá e Dalai Lama. Ou seja, os premiados são pessoas que realmente dedicaram suas vidas ao trabalho espiritual, a iluminar o caminho de outras pessoas com o seu conhecimento.
Alegra-nos saber que um brasileiro foi o mais recente vencedor do prêmio Marcelo Gleiser, que aconteceu nessa terça-feira, 19 de fevereiro de 2019.
O físico carioca de 60 anos foi eleito pela “contribuição excepcional para afirmar a dimensão espiritual da vida, seja por insights, descoberta ou trabalhos práticos”, conforme declarou a fundação.
Marcelo atualmente mora em Hanover, nos Estados Unidos, onde é professor de Física e Astronomia e ocupa a cátedra Appleton de Filosofia Natural no Dartmouth College. Ele se dedica à física há mais de 35 anos, um legado impressionante!
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Pode parecer estranho para muitos um prêmio sobre espiritualidade ser vencido por um cientista, mas essa não foi a primeira vez que isso aconteceu. Já foram premiados, por exemplo, Francisco J. Ayala, professor de ciência biológicas da Universidade da Califórnia por suas pesquisas na área de genética evolucionista, e também o pesquisador Michael Bourdeax, que estudou a destruição da religião nos países da ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas que compunham a Cortina de Ferro.
Gleiser acredita que o prêmio Templeton não representa necessariamente a religião, mas a relação do ser humano com o mistério.
“Quando se fala em religião, pensamos em algo institucionalizado, como cristianismo, islamismo e budismo, por exemplo. Espiritualidade é um termo muito mais amplo que tem a ver com a nossa relação com o mistério da existência e que transcende questões como: “Em que Deus você acredita?” ou “Que igreja você frequenta?”. Por espiritualidade, entendemos a relação do ser humano com o mistério da existência”, disse ao jornal O Globo.
O físico trabalha a ciência sob pontos de vistas diferentes.
“O grande ponto é que hoje em dia é possível trabalhar em ciência e em questões que tenham uma natureza filosófica, sobre o significado da vida, da nossa relação com a natureza. É nessa parte que eu me encaixo”, disse.
Que grande conquista para todos nós! Deixamos nossos parabéns e gratidão ao Marcelo pelo incrível trabalho desenvolvido!
Direitos autorais da imagem de capa: Eli Burakian/Dartmouth College