Pesquisa conduzida no Reino Unido aponta que o comportamento desses animais pode espelhar o dos seus donos!
As relações entre os animais e os humanos são dignas de curiosidade, já que alguns animais “se dão melhor” com os humanos do que outros. O cachorro, por exemplo, é muito conhecido por ser o “melhor amigo do homem”, já que são tão fiéis e amorosos.
Já o gato, mesmo sendo animal doméstico, às vezes pode não parecer tão amoroso, mas, definitivamente, desperta a curiosidade pelo modo como se comporta com seu dono.
Um estudo publicado no começo de 2019, na revista científica PLOS One, entrevistou mais de 3 mil donos de gato no Reino Unido, que responderam a um questionário completo sobre sua vida e a de seus pets. A pesquisa foi conduzida pela Nottingham Trent University e pela University of Lincoln, que exploraram a relação da personalidade dos donos e o estilo de vida a que os gatos são expostos diariamente.
A pesquisa foi disponibilizada por meio do Survey Monkey, de junho a julho de 2016, e os participantes foram informados de que o objetivo do estudo era investigar a personalidade do dono e a relação gato X humano. Os requisitos para os participantes eram: ter 18 anos ou mais e conviver com o felino por no mínimo seis meses. Quem tinha mais de um gato foi instruído a escolher aquele que julgava conhecer melhor.
Segundo o People, tutores dos bichanos foram pontuados pelos traços de personalidade do Big Five Inventory (BFI): amabilidade, consciência, extroversão, abertura e neuroticismo. Além disso, os proprietários forneceram informações valiosas para a pesquisa, como saúde física, raça, personalidade, comportamento e manejo de seus animais de estimação.
O primeiro aspecto avaliado envolvia saúde, bem-estar e estilo de vida do gato, seguido da relação entre o estilo comportamental do gato, sua demografia e a personalidade do dono. E por último, exploram-se a relação da personalidade do dono, seleção e manejo dos gatos e satisfação do dono.
Na pesquisa, descobriu-se, por exemplo, que problemas de comportamento dos animais foram relatados por pessoas com pontuação mais alta de neuroticismo. Ou seja, as diferentes características estavam ligadas a diferentes comportamentos dos felinos.
Os donos mais “agradáveis” tinham gatos com bem-estar mais positivo e eram mais propensos a ter peso normal, com tendências menos agressivas. Já os mais neuróticos foram associados a traços negativos dos seus pets, que incluíam excesso de peso, medo, estresse e agressividade.
De acordo ainda com o People, a coautora do estudo e pesquisadora de bem-estar animal, Lauren Finka, da Nottingham Trent University, afirmou que é possível animais de estimação, como os gatos, serem afetados pela maneira como interagimos com eles e que também são influenciados pelas diferenças de personalidade.
Resultados de cada BFI
Tutores mais abertos tinham felinos mais amigáveis e menos distantes e agressivos, além de ter mais gatos e ser mais propensos a permitir ao animal andar livremente fora de casa.
Os mais conscientes tinham gatos mais amigáveis, menos distantes e agressivos, menos medrosos e ansiosos, e também tinham mais gatos em casa. Já os donos de gatos mais extrovertidos, tinham gatos amigáveis, mais propensos a ter gatos de peso normal, tinham menos gatos e eram mais propensos a permitir que o animal andasse livremente fora de casa.
Tutores mais agradáveis tinham menos gatos e eram mais felizes com seus animais, pois estes eram menos agressivos e distantes, e mais propensos ao peso normal.
Por último, os mais neuróticos tinham gatos agressivos, ansiosos, medrosos e mais propensos a ter problemas comportamentais e de saúde, como doenças relacionadas ao estresse e excesso de peso. Além disso, tinham menos gatos e eram menos propensos a permitir que o animal andasse livremente fora de casa. Soma-se a essa lista a falta de pedigree.