Eu honestamente não consigo me lembrar de um único relacionamento que tive que não teve uma data de validade.
Algumas dessas datas eram inerentes – os caras que conheci trabalhando em acampamentos de verão, as relações que criava na estrada. No 21 de abril, um de nós ia embora. No dia 30 de agosto, todos nós fazíamos as malas e íamos para casa.
Essas datas de término foram as mais doces, se é que isso é possível. Elas fizeram tudo antes delas parecerem mais intenso – cada beijo mais intenso, cada palavra pronunciada mais especial.
Não havia contusões para o ego ao nos separarmos – apenas o conhecimento de que a vida continuaria.
Tinha que me agarrar à noção de que havia mais uma pessoa no mundo que amei, adorei ou pelo menos gostei por um tempo. Elas eram reconfortantes, aquelas expirações.
Eram uma maneira simples de flertar com amor.
Porém, as datas de validade mais difíceis não são as abertas.
As datas de validade mais difíceis são as mais secretas. As dúvidas que fluem em sua mente seis meses em um relacionamento. As discussões que você simplesmente não pode resolver.
As conversas que vocês têm sobre o futuro que o mantém acordada à noite, pensando em suas palavras. Estes são os sinais que apontam para a sua destruição inevitável – os sinais que indicam o fim.
“Agora dá certo”, você se lembra, “Mas ele quer viver nos subúrbios. Ele odeia viajar. Ele quer (ou não quer) filhos.
E isso te preocupa. Te prende. Faz você se perguntar se tudo vai acabar desmoronando.
E se for, quando?
E se for, você não deveria partir agora?
Estamos obcecados em nos proteger da dor. Se algo não vai durar para sempre, nós preferimos partir cedo. Nos poupar de cair de grandes alturas futuramente.
Esquecemos que o valor de tudo não é medido pela sua longevidade. Que algumas das melhores coisas simplesmente não duram para sempre.
Afinal, todos os nossos romances favoritos, filmes e histórias tiveram finais. E, no entanto, os lemos de qualquer maneira.
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Nós os amamos e aprendemos com eles de qualquer forma. Eles ainda têm valor, mesmo tendo terminado. E assim são os nossos relacionamentos com as pessoas.
Uma coisa linda sobre relacionamentos com data de validade é que eles não estão se movendo em direção a um fim. Eles não são sobre o futuro, são sobre o agora.
Sobre cada dia que você saiu com essa pessoa. Sobre tudo o que ela pode ensiná-lo antes que a vida inevitavelmente afaste vocês. Porque você sabe que algum dia, ela vai.
Algum dia você vai acordar e essa pessoa não vai estar dormindo na cama ao seu lado. Algum dia você vai ouvir uma piada que ela amaria e não terá seu número para contá-la.
Algum dia você vai precisar de seu conselho, e ela não estará lá para te dar. E então, você faz a única coisa que pode: Pede seu conselho agora. Ri com elas agora. Adormece ao seu lado agora, e aprecia cada momento que antes de ela ir embora.
Relacionamentos com datas de validade nos ensinam que o amor não precisa durar para sempre para ser significativo. Que alguém não tem que ficar para causar um impacto.
Que as melhores coisas da vida nem sempre são medidas pela sua longevidade, mas pela sua intensidade. Sua complexidade.
Pela sua paciência e sabedoria, e por todos os sentidos em que nossas vidas mudaram com cada interação.
Não conseguimos nos prender a cada pessoa que amamos em nossas vidas. Mas podemos decidir se vamos ou não apreciá-las por tudo o que elas valem, enquanto as temos.
E se pudermos aprender a fazer isso, talvez possamos experimentar a forma mais sincera de amor que existe. O tipo de amor que nos abre, e, em seguida, suavemente, calmamente, ensina-nos como deixar ir.
E apreciar o que temos enquanto o temos.