Um macaco-prego foi retirado por agentes ambientais de uma residência em Serranópolis do Iguaçu, no Oeste do Paraná, onde viveu por mais de trinta anos com uma família.
Conhecido como parte da família, o macaco-prego chamado “Tiba” foi levado por equipes do Instituto Água e Terra (IAT) após uma denúncia anônima sobre a presença do animal silvestre.
A família acolheu Tiba quando ele ainda era filhote e sempre ofereceu cuidados especiais ao primata. “Foi criado como um irmão, sabe? Criamos com todo o carinho do mundo. Acostumado a tipo de bebezinho, ele tomava uma mangueira, dormia na caminha, tinha o bercinho, na caminha dele e tudo. Se criou junto com nós” […] ele tem carinho, ele tem amor, ele tem proteção, ele tem cuidado, ele tem a cobertinha dele favorita, ele tem o baldinho de água, ele tem os paninhos que ele gosta de lavar e estender, ele tem carinho, ele passeia pela casa, ele caminha de pezinho, ele dá a mão pra minha mãe”, relatou Cintia Beal, membro da família, à RICtv Oeste.
De acordo com o portal Guia Medianeira, a remoção do animal segue a legislação ambiental brasileira, que proíbe a posse de animais silvestres sem autorização. A presença de animais como o macaco-prego em residências é considerada ilegal, mesmo após longos períodos de convivência.
O macaco foi encaminhado a um centro de reabilitação da fauna, onde passará por avaliações para determinar sua capacidade de adaptação a ambientes naturais ou recintos especializados.
Multa e busca por justiça
Contudo, a família questiona a forma como a ação foi realizada. Em entrevista à RICtv Oeste, Cintia mencionou que o caso parecia estar resolvido perante as autoridades após uma nova denúncia.
Vieram pra cá, né, pra levar ele, mas viram que ele estava muito bem cuidado e, por ele ser idoso, ele não ia conseguir se adaptar, tipo, ele ia morrer, porque acostumado com a família, né, então a juíza determinou que ele ficasse com a gente. Foi pago uma multa, a gente tem todos os comprovantes, tudo foi pago, uma multa está sendo pago por mês pra poder ter ele, só que assim, agora foi feita uma nova denúncia agora pro IBAMA e daí vieram agora na terça-feira recolher ele, sem aviso, sem nada, simplesmente falaram que ele estava num lar temporário contou Cintia.
“Levaram ele. Dai falaram que não iam falar para onde iam levar, que não podiam falar que era a ordem, não deixaram a gente nem dizer tchau para o bichinho […] A gente queria justiça quanto antes, para não deixar nosso menino morrer de tristeza sozinho, porque a gente sabe que ele não tem mais tanto tempo, e a gente queria pelo menos se a gente pudesse visitar, mas até isso proibiram a gente, até a visita dele”, acrescentou Cintia.