Você já deitou no chão? Já encarou o teto até ter sono?
Bom, eu não sei se sua resposta foi sim, mas eu quero muito falar disso com você hoje, não necessariamente sobre deitar no chão, mas essa é uma técnica minha que eu faço desde criança. Sou atraída pelo chão, toda vez que me sinto vulnerável eu deito do chão do meu quarto, já mudei alguns vezes de quarto, mas o hábito permaneceu; e nunca achei que fosse escrever sobre isso, mas aqui estou.
Pois bem, eu da última vez que deitei no chão do meu quarto, peguei-me analisando essa minha mania e me vi em todas as fases da minha vida, desde criança de pezinhos ao ar até uma adolescente dramática chorando por causa de algum garoto e uma jovem mulher que sorri para tudo que vê.
O que há entre essas três personalidades? Há o tão famoso tempo. Entre um ponto e outro existe o tempo que se caracteriza por fases.
O que o tempo fez comigo? O tempo me envelheceu. Eu cresci, amadureci, aprendi e envelheci.
E calculando esse simples e natural fato, surgiu-me a ideia de escrever sobre esse tema: como é envelhecer.
Eu tenho 24 anos e sei bem que existem várias pessoas que dirão algo do tipo: “Você não chegou nem na metade da vida e já quer escrever sobre envelhecer?”.
Eu sei bem disso, mas eu vejo pessoas da minha idade que não sabem bem como é esse papo de envelhecer, porque estar na faixa etária dos 20 aos 30 traz certas dúvidas: “Eu ainda sou jovem, posso fazer o que eu quiser.”. “Há dois anos eu era uma pessoa que a mãe lavava a roupa e agora eu me sinto estranha sozinha no metrô.”.
É a fase de transição, algumas pessoas percebem isso rápido e outras fogem dessa realidade, porque ser jovem significa não ter responsabilidade. Eu conheço muita gente que brinca de Peter Pan e não quer crescer, mas eu acho que isso é tapar o sol com a peneira (como já dizia minha avó), é um problema que sempre estará com você. Por mais que você deixe para depois uma hora você vai se olhar no espelho e vai perceber que envelheceu. Ninguém está livre desse fato, então, meu conselho é aceitar os anos, aceitar o ritmo do tempo em seu corpo e aproveite na sua mente também, trabalhar o espírito para encarar as coisas com maturidade, responsabilidade. Não é tão ruim assim, vai por mim, e crescer não significa deixar de se divertir.
Envelhecer não significa a perda de beleza. Quando se envelhece, cria-se outro jeito de ver a vida, e sua beleza o acompanha, a beleza evolui de uma maneira saudável. Bonita é uma pessoa feliz consigo mesma.
A beleza está mais dentro do que fora, é algo de sai de você, e crescer traz um tipo de beleza diferente, uma segurança de ser você mesma, porque com o tempo vem a linda questão de não ligar mais para o que os outros dizem, porque você experimentou muito e percebeu que agradar aos outros não tem mais graça, então, fazer o que quer é tão gostoso que vai praticar todos os dias isso.
Eu sou a favor de você fazer o que quiser da sua vida, sério mesmo, você tem esse controle! Mas quero lhe contar que envelhecer é legal, sentir os anos na sua mente é bem gentil. Envelhecer está em absorver conhecimento e se aceitar, não sobre o que você veste ou usa como acessório. Envelhecer está em olhar as coisas do mundo com mais humanidade, não em deixar de brincar na chuva porque não tem mais idade; envelhecer não tem nada a ver com esse lance feio de “não tem mais idade”.