Preso durante quase um mês em barril, na parte superior da casa, em Campinas (São Paulo), investigadores afirmam que o motivo foi por não ser autorizado a pegar comida da casa.
No caso que chocou o país, investigadores buscam descobrir o que teria motivado uma criança de 11 anos ficar presa durante quase um mês em barril, no interior de São Paulo. De acordo com o depoimento do menino à Delegacia de Defesa da Mulher, ele estaria preso no tonel em correntes e cadeados porque pegou comida sem autorização dos pais.
A situação aconteceu no fim do ano passado, segundo reportagem do UOL e, a partir de então, o menor teria sido aprisionado dentro de um barril que permanecia tampado para que ele não escapasse. A alimentação do menino, enquanto estava preso, consistia de cascas de frutas e fubá cru. Ele estava nu e era obrigado a fazer suas necessidades fisiológicas no mesmo local onde permanecia acorrentado.
Os vizinhos informaram à Polícia Civil que, desde antes do Réveillon, não tinham notícias da criança, que sempre era vista na rua, brincando com outras crianças.
A denúncia dos vizinhos coincide com o relato do garoto, que informou ter visto a queima de fogos da virada do ano de dentro do barril, através de um buraco na parede.
Todas as pessoas que iam à casa visitar os familiares não passavam da porta de entrada, isso foi relatado tanto pelos vizinhos quanto pelos tios da criança. Além disso, o menino não estava matriculado em nenhuma unidade escolar municipal ou estadual em Campinas, em 2020, o que fez com que o Ministério Público indiciasse o pai por abandono intelectual. A promotora Adriana Vacare Tezine foi quem fez o pedido e, no momento, aguarda decisão da Justiça.
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Mesmo tendo sofrido tortura, negligência, abandono e ficado em cárcere, a criança demonstrou preocupação com o pai. No dia em que foi resgatado pela Polícia Militar, perguntou aos policiais o que aconteceria com ele. No hospital, onde ficou internado para se recuperar da desnutrição, pessoas que conversavam com ele relataram que ele questionava se o pai estava bem.
A criança segue aguardando definição da Vara da Infância e da Juventude para saber qual será seu futuro, se ficará com os tios, que já demonstraram interesse em cuidar dela, ou se ficará em uma casa de acolhimento, de onde será encaminhada para tutela de outra pessoa.
O menino já recebeu diversas doações de movimento feito pela PM do município e se recuperou do estado de desnutrição severa que se encontrava. Seus tios seguem querendo sua guarda e afirmam que não sabiam das condições em que ele vivia, já que o pai e a madrasta não permitiam que eles o visitassem.
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