A idosa, que vivia em Ipatinga, se formou 2014. Saiba mais sobre sua história!
O estudo, embora pareça algo natural para as gerações atuais, graças ao acesso facilitado, já foi um grande privilégio em tempos passados, aos quais poucas pessoas tinham acesso.
Por muito tempo, apenas as pessoas com melhores condições financeiras podiam se dedicar à educação, e ter mais oportunidade de construir carreira e ter um futuro mais bem-sucedido. Aqueles que não tinham acesso e precisavam trabalhar desde cedo para ajudar a família com dinheiro, precisaram amadurecer rápido, e acabaram “pulando” essa parte tão importante da vida.
Como resultado disso, muitos idosos, do Brasil e de outros lugares do mundo, cresceram sem a oportunidade de ir à escola ou de se especializarem em uma área específica, através de um curso superior. Os conhecimentos que acumularam ao longo dos anos não são técnicos, mas apendidos através de suas próprias experiências.
Esse é o caso de Chames Rolim, uma brasileira que também teve as portas dos estudos fechadas quando mais nova, mas que não desistiu de realizar o seu sonho.
Nesta segunda-feira (12), data que marca a sua morte, é muito importante relembrar a sua história de força e superação, que a tornam uma mulher inspiradora.
![Idosa que se formou em Direito e atuou no primeiro júri aos 97 anos, morre aos 103](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2021/04/1-7.jpg)
Segundo informações do G1, Dona Chames só conseguiu concluir o curso superior aos 97 anos, quando se formou em Direito, em 2014.
Sua filha Cherrine Rolim, disse em sua formatura que ela sempre foi uma mulher comunicativa, de visão, mas que o seu marido, que era um fazendeiro retraído a “puxava ela para trás” e nunca permitiu que ela estudasse.
No entanto, depois de seu falecimento, em meio a uma sensação de “vazio”, Dona Chames decidiu que era hora de realizar o seu sonho, e começou a faculdade de Direito. Conforme a idosa mesmo declarou, ela sempre achou o curso muito bonito, assim como o conhecimento sobre “o que é certo e o que é errado”.
No ano seguinte à sua formatura, aos 97 anos, ela participou de seu primeiro júri, em que defendia um réu acusado de ser o mandante da morte do pai. O homem foi inocentado. Na época, ela declarou que sentia prazer em ter participado do júri, e que jamais pensou em “galgar uma escada tão alta”.
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A idosa faleceu aos 103 anos de idade, em Ipatinga (MG). Seu velório será realizado na terça-feira (13), em Ipatinga, e terá uma duração reduzida de duas horas, por conta da pandemia da covid-19.
Dona Chames foi uma grande mulher. Nossos sentimentos!