Morgan Lee se considera uma viajante, é da Flórida, nos Estados Unidos, e faz parte de um seleto grupo da sociedade que viaja sem precisar levar filhos ou outros familiares.
Os cuidados infantis, embora não sejam simples, costumam envolver toda a comunidade – mas isso apenas na teoria. Ao menor sinal de “birras”, “má educação” ou choros, são muitos os adultos adeptos da separação das crianças e adolescentes dos demais segmentos da sociedade, e muitos especialistas em assuntos infantojuvenis acabam se perguntando como ainda é aceitável que eles sofram preconceitos publicamente, e que ainda sejam dignos de se tornarem virais.
Recentemente, a jovem Morgan Lee, da Flórida, nos Estados Unidos, compartilhou um vídeo no TikTok que acabou dividindo opiniões. Ela estava dentro de um avião e o som de uma criança chorando dá para ser ouvido ao fundo, soltando algumas risadas irônicas enquanto olhava para a tela, ela ainda escreveu: “Por que não existem voos apenas para adultos? Eu pagaria muito dinheiro.” Ela ainda disse que o voo durou mais de 3 horas e que a única coisa que ouviu foi o choro da criança.
O vídeo teve mais de 813 mil visualizações e 23 mil comentários, porém grande parte do público discordou completamente da jovem, criticando-a duramente pelo posicionamento e pela forma de abordagem. Depois de perceber que a postagem desagradou, ela escreveu: “Eu tenho fones de ouvido com isolamento de ruídos, a criança tinha bem mais de cinco anos, e se sentou diretamente atrás de mim, e chutava minha cadeira enquanto a mãe dormia.”
Embora exista, principalmente em ambiente virtual, um elevado número de pessoas que acreditam ser normal criticar comportamentos de crianças, não foi o que Morgan acabou recebendo do público nos comentários. Muitos discordaram completamente da sua visão, sugerindo que se comportasse como adulta.
Um usuário disse de maneira sarcástica: “Oh não, eu tive que compartilhar espaço público com o público”; outra disse que esses voos “para adultos” já existem, e se chamam voos privados. Uma jovem escreveu: “Vocês não entendem, o conforto dela é mais importante do que o de qualquer outra pessoa”; outro disse: “Não tenho filhos, mas tenho maturidade para aceitar a situação, principalmente quando há crianças envolvidas.”
Uma mulher chamada Jéssica comentou: “Engraçado como as pessoas esperam que as crianças mantenham suas emoções sob controle, mas quando os adultos têm colapsos temos que ser compreensivos.” Alguns questionaram a idade da criança, afirmando que ela provavelmente tinha menos que cinco anos, e outros apenas enviaram seus sentimentos aos pais, que provavelmente estavam mais sobrecarregados do que ela.
Outros seguidores concordaram com Morgan, e explicaram que tinham pago por suas passagens, e que nada seria mais justo do que buscar um pouco de paz. “Os pais sempre jogarão o cartão das vítimas. Está ficando exaustivo nos meus 30 e poucos anos sem filhos. Foi uma escolha deles, não nossa”, concordou um usuário.
Um ainda argumentou: “Pais que dizem ‘crianças sofrem com dores de ouvido por causa do voo’, não consigo entender porque colocam seus filhos em situação de dor.” Muitos se compadeceram com a jovem, enquanto outros ficaram sem compreender o que fez com que ela não pagasse por um voo privado ou por um assento na primeira classe.
Essa não é a primeira vez que adultos reclamam de crianças chorando em aviões, e existem os que lidam com a situação como uma comunidade, como este caso aqui, onde os passageiros cantaram “Baby Shark” para distrair a criança. E outros como esse, em que um casal negou trocar de assento para mãe ficar com a filha em um voo. Em outra ocasião, uma campanha foi criada para que companhias aéreas permitam animais nas cabines, mostrando que, em muitos casos, os animais acabam sendo melhor tratados do que as crianças.