O país é o único da União Europeia que apostou em políticas públicas para solucionar a questão da falta de moradia.
A falta de moradia e o aumento no número de pessoas sem teto tem sido uma realidade no mundo todo. Desde o ano passado, a pandemia do novo coronavírus fez com que pequenas e médias empresas fechassem suas portas, aumentando o nível de desemprego, e essa não é uma questão apenas brasileira, países do Hemisfério Norte também têm constatado essa dinâmica em seu território.
Membros do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (CDH) já vêm relatando o aumento no número de pessoas em situação de rua desde o ano passado, destacando que a falta de acesso a moradias adequadas acaba sendo uma sentença de morte nesta pandemia.
De acordo com o relatório produzido pelo Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos, no Brasil há cerca de 33 milhões de pessoas sem moradia, sendo que aproximadamente 24 milhões estão nos grandes centros urbanos.
Indo na contramão dos dados, a Finlândia se tornou o único país da União Europeia em que o número de pessoas em situação de rua está, na verdade, diminuindo.
Desde 2008, o país se comprometeu com a política “Habitação em primeiro lugar” e, até o momento, reduziu em 40% o número de sem-teto.
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Estima-se que, atualmente, apenas 0,08% da população ainda não tenha moradia, mas o compromisso do atual governo é acabar com essa realidade até 2027. Antes de iniciar o programa, há 13 anos, a maneira como as autoridades tentavam solucionar a questão não estava funcionando, os abrigos temporários construídos não resolviam o problema da falta de moradia em longo prazo.
Não ter um teto não implicava apenas na total ausência de segurança, privacidade e bem-estar, também impossibilitava a essa população vulnerável arrumar emprego, já que era exigido que tivessem residência permanente. Era um ciclo sem fim, os sem-teto não conseguiam alugar uma casa porque não tinham renda e, para receber um salário, precisavam ter uma casa.
Quando as autoridades locais coletaram, pela primeira vez, os dados da população em situação de rua, em 1987, quase 18 mil pessoas não tinham moradia. A situação estava tão fora de controle, que no centro da capital chegava a ter grandes comunidades vivendo em barracas ou tendas adaptadas.
A solução encontrada foi dar às pessoas mais vulneráveis um lugar para morar e apoio financeiro para que consigam, aos poucos, alcançar a independência financeira. Não existe prazo, data-limite ou exigências, elas precisam apenas não ter vícios e arrumar um emprego.
O programa “Habitação em primeiro lugar” tem como principal objetivo garantir estabilidade a quem precisa, para que, com isso, atinja a sobriedade e retome seus relacionamentos familiares.
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Os resultados apresentados, até o momento, mostram que quatro, em cada cinco indivíduos, conseguem ter uma vida estável depois que ingressam no programa. Tudo é levado em conta, como deficiência física, questões emocionais e psicológicas, vício em drogas e álcool, isolamento e até dificuldades de socialização.
O país, claro, precisou investir muito dinheiro na iniciativa, comprando apartamentos e construindo edifícios do zero. Segundo reportagem do The Guardian, para um programa dessa magnitude funcionar, é preciso que seja de iniciativa nacional, com preparo adequado das equipes que vão atuar com a população vulnerável.
Mesmo parecendo ser um investimento exorbitante, o governo garante que compensa muito mais investir esse valor, garantindo a saúde e bem-estar de toda a população, do que continuar tendo pessoas em situação de rua. Todas as pessoas merecem ter dignidade e, entre os princípios básicos das principais constituições, inclusive a brasileira, todos os cidadãos têm direito à moradia.
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