Rapaz faleceu em um hospital particular de Sorocaba, em São Paulo. A família precisou vender a casa para pagar sua internação.
João Vitor Guido da Silva tinha apenas 22 anos e está entre os mais de 1,5 mil pacientes que faleceram devido a complicações da covid-19 no país.
De acordo com entrevista dada ao G1 por sua mãe Rogeria Guido da Silva, o filho sempre foi uma pessoa boa, humilde e carinhosa. Ela disse que João cativava a todos. Por onde passava, era uma pessoa simples, puro de coração, não tinha maldade.
O jovem fazia caminhadas matinais com ela e descobriram a doença quando um dia não conseguiu completar a atividade. Ao ver que o filho estava com febre, o levou para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) durante a madrugada. Rogeria relatou que seu filho foi liberado sem que realizassem nenhum exame. Apenas um remédio para tomar em casa.
Próximo ao final de semana, João amanheceu com as unhas da mão arroxeadas. Sua mãe decidiu pagar por uma consulta em um hospital particular. Ao realizar os exames e uma tomografia, constatou-se que 25% do pulmão estava comprometido.
O teste foi feito e deu positivo para o novo coronavírus. Rogeria afirma que o primeiro infectado foi o marido e em seguida seu filho, que teve o agravamento da doença muito rápido. Ela acredita que o jovem pegou de seu pai, mesmo com todos os cuidados tomados.
Inicialmente, o jovem se cuidaria em casa, mas seu estado de saúde foi piorando e foi levado ao UPA novamente, mas desistiram por ver a grande quantidade de pessoas esperando atendimento. Retornaram com João ao hospital particular e sua saturação já estava em 70%. O colocaram no oxigênio imediatamente.
Seu quadro continuou piorando até que a equipe resolveu intubar o rapaz ainda na emergência. Dias depois a vaga na UTI saiu e ele apresentou melhoras, deixando de ser intubado. Por causa da permanência no hospital, saíram feridas em suas costas e uma infecção se desenvolveu.
Seu quadro era delicado e mesmo com a melhora, ainda inspirava cuidados. Um dia antes da piora, a mãe chegou a ver o filho novamente, que estava consciente e puderam conversar. Depois desse dia, o quadro de saúde de João piorou e ele teve uma parada cardiorrespiratória.
O jovem não resistiu e a comoção foi intensa, onde os funcionários que acompanhavam a internação do rapaz choraram pela perda tão precoce. Ele ficou 20 dias internado no hospital e para a família pagar a conta, a casa foi vendida pela metade do preço.
Ainda muito abalada, Rogeria agradece pelos 22 anos vividos com o filho, onde aprendeu muito com ele e relatou que foi um privilégio ser mãe de uma pessoa tão especial.