Um casal foi resgato em situação análoga à escravidão, em uma propriedade rural, nesta segunda-feira (16), em Corumbá, no Pantanal de Mato Grosso do Sul.
As vítimas dormiam em um chiqueiro, às margens do Rio Paraguai. Em situação degradante, a Polícia Civil constatou que o casal pagava pela “estadia” e alimentos que comiam.
O resgate foi feito pela Polícia Civil de Corumbá. O delegado Nicson Lenon Cruz Galisa explicou que chegou até ao casal ao investigar um homicídio na região na semana passada.
“Houve um homicídio semana passada e em diligência chegamos a esta fazenda. Conversando com o casal, percebemos que eles estavam em uma situação degradante. Hoje, fomos para resgatá-los. Eles estavam dormindo no chiqueiro, bebiam água do rio e o patrão cobrava pela estadia, já que estavam se alimentando com alimentos do patrão. Os patrões cobravam tudo para manter eles aqui. Situação bem precária e triste”, comentou o delegado.
![Casal resgatado em situação análoga à escravidão dormia em chiqueiro](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2022/05/Captura-de-Tela-2022-05-17-a%CC%80s-08.18.09.png)
A mulher, de 38 anos, mencionou que os patrões fizeram um acordo para pagar R$ 60,00 por hectare roçado, porém, nunca houve pagamento dos trabalhos prestados e os produtores rurais cobravam pelo que “enviavam” às vítimas. O marido tem 24 anos.
“Era difícil, mas íamos lidando. Eles eram bravos, a gente pedia ajuda e nunca vinham resolver. O combinado era pagar para roçar por hectare. Eles falavam que deviam para eles, cobravam até a comida. Eu dormia debaixo de mosquitos, três meses muito tristes. Sempre que chovia o barraco inundava”, relatou a vítima.
Os dois patrões foram presos em flagrante pelo crime de reduzir alguém a condição análoga à escravidão, com pena variando de 2 a 8 anos. As vítimas foram levadas para a delegacia de Corumbá e serão encaminhadas para o serviço de assistência social.
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O mesmo número também atende denúncias sobre pessoas idosas, pessoas com deficiência, pessoas em restrição de liberdade, população LGBT e população em situação de rua. Além de denúncias de discriminação étnica ou racial e violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais.