A mãe biológica do menino era viciada em drogas, e Keia recebeu uma ligação do assistente social para ficar com ele, desde então a família sempre se sente julgada, como se não pudesse ter adotado.
A adoção é uma das formas mais genuínas de constituir família. Os laços sanguíneos são importantes, mas em uma sociedade onde existem milhares de crianças precisando de assistência, os adultos que têm a possibilidade de adotar devem pensar com seriedade sobre o caso.
Trata-se de infantes que podem ter um futuro em família, recebendo amor e carinho, a única coisa que desejam.
Na Carolina do Norte (Estados Unidos), a terapeuta Keia Jones-Baldwin, de 38 anos, planejou durante algum tempo adotar uma criança.
Ela e seu marido Richardo Baldwin haviam conversado várias vezes sobre o assunto, e consideravam a possibilidade de filhos mais velhos. Tudo mudou quando um bebê prematuro nasceu em 2017, filho de uma mulher viciada em drogas.
O supervisor de assistência social imediatamente ligou para a mulher, perguntando se existia a possibilidade de o casal ir ao hospital para conhecer um bebezinho. Em entrevista ao jornal Today, Keia conta que não hesitou e foi imediatamente conhecê-lo, e a união dos dois foi rápida. Quando Princeton já estava forte o suficiente para receber alta da UTI neonatal, pôde finalmente ir para sua nova casa.
A estadia de três meses se tornou permanente, e Princeton conheceu os irmãos Zariyah, 17; Karleigh, 18; e Ayden, 10. Na maioria das histórias sobre adoção, esse seria o perfeito final feliz: o pequeno conseguiu nova família, recebeu muito amor e vive a infância em sua plenitude. Mas existe um problema: o menino é branco e toda a sua família adotiva é negra. Keia conta que, desde o início, recebeu olhares de julgamento acompanhados da pergunta: “Você é a babá?”
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A mãe acaba interpretando esse comportamento como se as pessoas brancas não admitissem que uma criança branca fosse filha de negros, como se eles tivessem que deixá-la com indivíduos da própria raça. Além do preconceito explícito, em duas ocasiões diferentes chegaram a chamar a polícia, denunciando sequestro, transformando o julgamento em caso sério.
Em uma delas, a família estava de férias no Tennessee e decidiu fazer uma sessão de fotos. A profissional que faria os registros sumiu por um tempo e quando voltou perguntou se Princeton era realmente filho deles.
Keia respondeu que sim, e a fotógrafa disse que havia tirado fotos dele com a “verdadeira” família dele duas semanas antes. Alguns minutos depois, a polícia chegou e foi necessário mostrar um documento para comprovar que eles tinham a custódia da criança.
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Em outro momento, o pneu do carro de Keia havia furado, forçando-a a estacionar o veículo em frente a uma casa. A mãe decidiu bater à porta daquela residência para explicar o motivo de ter parado ali, mas o dono da casa foi completamente preconceituoso e nem sequer a ouviu. Como ela estava com Princeton, ele ligou para a polícia e disse que ela havia o sequestrado.
A mulher decidiu usar tudo o que passou como ferramenta para tentar quebrar as barreiras raciais, e criou uma página no Facebook chamada Raising Cultures, onde sempre publica registros de sua família.
Keia conta que não enxerga família como sangue, mas como amor. Quando o menino entrou na vida de seus novos familiares, entrou no coração de cada um. Para a mãe, o amor conquista tudo.
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