Ei! Você que anda procurando o grande amor da sua vida, cuidado! Essa pessoa pode morar do seu lado.
Aconteceu comigo, sabe? Vivia à procura, e ao mesmo tempo à espera, da pessoa certa, que me amasse como sou, sem aquela paranoia de “preciso mudar nisso e melhorar naquilo”.
Enfim, eu esbarrei nele, justamente naquele dia que você está tão feia, sentindo-se a bruxa do 71 do programa do Chaves, acredite em mim!
Quando me encontrou apressada, descendo as escadas do meu prédio, eu ia à padaria comprar pães, presunto e queijo, para fazer aquele café-almoço de domingo, que somente quem é solteira e mora sozinha costuma fazer.
Ele conseguiu olhar os meus pés…e se apaixonou primeiramente pelos meus pés. Mais tarde recebi essa mensagem: “oi, vizinha, aquele dia assustei você, não foi minha intenção.”
Pensei comigo, depois de mil anos luz, o vizinho puxa assunto, lembrando do dia em que quase me matou do coração, mexendo no motor do portão porque estava com problema. Tem cabimento uma coisa dessas? Pior que tinha, era tudo que ele precisava para puxar um assunto comigo.
Rapidamente, olhei o bendito grupo de moradores do prédio e pensei comigo: “não pode ser o vizinho gato, mandando mensagens para mim, não vou empolgar, nem dar moral, provavelmente acabou o café, açúcar, sem lá o quê, e agora quer me pedir emprestado alguma coisa. Serei cordial, nada mais que isso.”
Respondi à mensagem dele duas horas depois: “imagine, vizinho, o susto foi passageiro, relaxe!” Em seguida, a flertada do ser lindo: “você tem uns pés lindos, vizinha!” (Risos)
Era tudo que podia enviar para ele naquele momento, acompanhada com uma belíssima tirada e bom humor: “ainda bem que você viu somente os meus pés, hoje eu estava pior que a bruxa do 71 do programa do Chaves.” A mensagem foi tomada por emojis sorrindo, bem sarcástica mesmo!
Como o destino é extremamente interessante, gente, prestem atenção no que vou lhes revelar:
Eu já tinha trocado algumas palavras com o meu vizinho “gato”, mas coisas de vizinhos e agora ele estava me convidando para sair.
Foi isso que aconteceu durante a nossa conversa naquele domingo. Eu aceite o convite, e desse convite, sentimentos foram surgindo das nossas conversas, saídas e agora eu namoro o vizinho gato do quarto andar.
Sabe, às vezes buscamos o amor em outra cidade, em outros lugares, e talvez o seu amor esteja no seu grupo de amigos ou quem sabe do seu lado, no seu prédio, como foi o meu caso.
Eu tive a sorte do meu vizinho gato encontrar, enquanto eu estava procurando a minha cara-metade em tantos lugares.
Meu desejo é que você possa ter a sensibilidade e a disponibilidade de dar uma chance ao amor, assim como eu dei.
Só uma dica: olhe para os lados, cumprimente seus vizinhos e também dê uma atenção especial para aquele seu amigo de que a olha diferente.
Pode ser que o seu amor esteja ao seu lado, como o meu, e você ainda insista em chamá-lo de amigo ou vizinho.
Direitos autorais da imagem de capa:Ana Francisconi on Unsplash.