Trate-se com carinho! Pergunte-se: como estou hoje? Por que estou assim? Como seria estar melhor? E silencie, deixando o seu corpo físico, mental e emocional falar.
Hoje é moda muitas pessoas postarem fotos simulando práticas meditativas em lugares exuberantes, com a roupagem de um meditador nato. Mas será mesmo que aprenderam a ter uma introspecção profunda?
A prática do silêncio parece simples, no entanto, é bem complexa, pois silenciar não é apenas se calar, vai muito além disso. Internamente, andamos meio acelerados, com tanta tecnologia, informação, mas a verdade é que não estamos sabendo lidar com tudo isso. São grupos e mais grupos com centenas de pessoas enviando mensagens, técnicas, vídeos, cursos porém, quando vamos dialogar com elas, ainda estão sofrendo.
Será que tudo isso não funciona ou estamos cada vez mais rasos?
Acredito que se nos aprofundarmos nalgum assunto, principalmente aquele que resolve o que mais nos incomoda, vale mais do que saber por saber. Silenciar a boca é fácil, mas a mente fica presa a preocupações, pensamentos, cobranças internas e externas, são tantas obrigações e pouco lazer, tanta tarefa para fazer, tantos compromissos, tantos julgamentos que a sensação é a de que a nossa cabeça está “fritando”.
Talvez seja por isso que fazemos da internet um vício, porque nos distrai, ela nos leva a um mundo paralelo, pausando a dor momentaneamente. Mas o coração é o órgão mais desafiador para silenciar, isso porque, quando estamos sofrendo emocionalmente, sentimos um desconforto tão grande que se torna físico, causando tensão nos músculos, enxaqueca, dor no estômago e doenças psicossomáticas para nos lembrar o tempo todo da dor que carregamos.
Com tudo isso, as pessoas ficam frustradas por não conseguir silenciar, por isso desistem.
Para muitas, é mais fácil descarregar as suas tensões nas outras pessoas do que lidar com o problema que está gerando tudo isso.
O autoconhecimento e a busca pela melhoria de si mesmo não são um trabalho rápido, exigem paciência, compreensão, tolerância, afinal é um novo aprendizado que tende a se tornar comportamento, desde que haja perseverança e persistência.
Eu sugiro que converse com o seu corpo a respeito disso. Feche os olhos para identificar onde estão se manifestando as suas dores físicas, procure observar os pensamentos e as sensações no momento da prática da meditação, sem julgamento, apenas procurando a fonte dessa dor emocional.
Trate-se com carinho! Pergunte-se: como estou hoje? Por que estou assim? Como seria estar melhor? E silencie, deixando o seu corpo físico, mental e emocional falar. O observador é o seu corpo espiritual, sua essência mas, na maioria das vezes, quem está ocupando esse lugar é a mente, por isso há tanta dor.
Você saberá se está no caminho certo se, após a meditação, sentir leveza.
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