Não é de hoje que muito se fala sobre como o diálogo desempenha um papel importantíssimo nas nossas vidas, seja no meio profissional como no pessoal. Dialogar, além de ser uma maneira de comunicação, descontração e troca de experiências, é também uma forma de compreender a realidade que nos cerca e como ela afeta diretamente nossas vidas e as vidas dos outros.
Famílias que dialogam mais são capazes de resolver problemas com mais facilidade, empresas que dialogam mais, da mesma forma, conseguem contornar dificuldades com muito mais facilidade do que se não dialogassem. Vamos conversar um pouco sobre isso?
Imagine a seguinte situação: seu parceiro ou parceira está tendo dias cansativos na faculdade, no trabalho ou na vida pessoal, e você tem percebido que ele(a) parece estar um pouco distante, e logo você começa a se distanciar também. Com isso se cria uma barreira e um clima pesado entre vocês e o relacionamento começa a desmoronar. Passam os dias e nenhum dos dois achou justo falar sobre a situação, conversar abertamente e dizer que os últimos dias têm sido cansativos e puxados demais, com muitas tarefas.
Quando de repente, alguém explode e então vocês descobrem que aqueles poucos momentos que vocês tinham juntos eram na verdade os únicos momentos disponíveis e que vocês os estavam gastando juntos. Se houvesse dialogo, não se criaria um clima ruim. Seriam expressos os incômodos e expostas as situações causadoras e nada pior aconteceria, e o saldo do diálogo seria a empatia e a compreensão. O diálogo é um dos únicos artifícios que podem salvar ou condenar um relacionamento; se ele existir são descobrem as faltas e o que pode ser melhorado, se ele não existir, as faltas aumentam e nada muda, nada acontece.
Para ilustrar um pouco disso, cito meus pais com quase quarenta anos de casamento, anos felizes, com muitas dificuldades, diferenças e alegrias. Mas quem passa alguns dias na casa deles, logo percebe uma coisa interessante: todos os dias, depois da rotina de trabalho, eles sentam juntos e conversam sobre tudo. Com essa pratica, eles conseguem identificar quando um não está bem, e com isso ajudar, ouvir ou só se mostrar presente.
É um tempo para os dois, nada de celulares na mesa, horas e horas de televisão sem conversa olho no olho. Vale salientar que não é proibido usar celular na casa deles, mas quase ninguém usa quando está lá, porque a conversa é tão boa e atraente, que ele não faz falta nenhuma.
É fundamental que comecemos a desenvolver nossa capacidade de dialogar, trocar ideias e experiências de forma pessoal, frente a frente ou até mesmo por telefone ou outra maneira, se não for possível o contato físico. Aprender a comentar o último episódio da novela, aquele filme bacana que assistimos e ouvir o que o outro tem a dizer. Aceitar as opiniões, ouvir os anseios, os medos e as vontades, procurar assuntos, demonstrar que queremos conversar e dizer o que nos incomoda ou nos agrada.
Quando dialogamos mais, fica mais fácil elogiar, falar bem, fazer críticas construtivas, expressar nosso descontentamento e perguntar o que está acontecendo, quando parecer que algo não está bem.
Se dialogarmos mais, veremos que nossa vida mudará de forma gradual e visível, teremos mais facilidade em firmar novas amizades, conhecer novas pessoas, conhecer melhor quem nos cerca, poder ajudar quem está precisando e entender quando essa pessoa precisa de ajuda. Se falarmos mais, nossa saúde melhora, nosso organismo começa a funcionar melhor e deixamos de ser ansiosos ou nervosos.
Vamos falar, conversar, chamar quando sentirmos vontade e parar de ter medo de não haver reciprocidade, pois ela só pode existir, se alguém der o primeiro passo. E não esqueça: em todos os seres há luz, em todos, conhecimento