“O fazer diferente”; “o ser diferente”… este é um exercício poderosíssimo para nossas almas e nos traz tremendos benefícios para a vida!
Recentemente, conversei com um casal que estava passando apenas alguns dias de férias. Em dado momento o senhor falou:
– Eu sou muito ligado ao meu neto e achei que nesta viagem sentiria muito a sua falta e lhe telefonaria pelo menos três vezes ao dia. Mas fui surpreendido pelo prazer em me desconectar da minha vida cotidiana. Não que eu não pense nele, claro que penso diversas vezes ao dia, mas incorporei o espírito aventureiro e viajante, e acabei por me desconectar de toda realidade que deixei no Brasil. Que incrível é isso, não é?
Concordei com a cabeça e complementei:
– É bom demais quando descobrimos que podemos “viver sem ” coisas (pessoas, situações, …) que pensamos que são insubstituíveis.
Não é que substituímos, mas transformamos as emoções e muitas vezes a presença de algo dá lugar a “boas lembranças” ou “sensações prazerosas”. Acho que esta é uma das melhores formas de autoconhecimento: se afastar das coisas, até então, mais importantes.
Lendo o livro “A Bruxa de Portobello” de Paulo Coelho, esta ideia se fomentou em um dos personagens. A mestre de Athena (a tal bruxa) lhe aconselha a fazer algo que nunca fez, como ensinar algo que ela não sabe. Como ela seria capaz ensinar algo que não sabe? Para aprender sobre coisas novas e abrir as portas de sua intuição.
Onde tudo é figurado demais, automático demais, não deixamos fluir nossa criatividade.
Por exemplo, quando assistimos a esses programas onde celebridades “super travadas” aprendem a dançar, elas e nós, espectadores, ficamos felizes e surpresos com a nova habilidade adquirida pela pessoa em pouco tempo. Na verdade a habilidade estava lá, adormecida. A pessoa se fortalece com a descoberta de “um novo auto poder”. Algo alegra e anima sua alma.
Ontem mesmo, uma amiga me falou que, de tempos em tempos, ela muda tudo de lugar na casa dela para o cérebro não se acostumar. Seu intuito é treiná-lo porque foi provado cientificamente que esta atitude ajuda na prevenção de alzheimer. Faz sentido. A meu ver, isto ajuda a colocar em prática no dia-a-dia “o fazer diferente”; “o ser diferente”… este é um exercício poderosíssimo para nossas almas e nos traz tremendos benefícios para vida.
Em uma tarde calma decidi brincar de pensar nas diferentes Helenas que vivencio. Meus estados emocionais foram meus guias.
De repente, quando terminei de anotar todos “os moods” que alterno em diferentes situações durante a vida, eu me dei conta que há 9 Helena’s coexistindo dentro de mim. Como é possível? (isso se não houver mais algumas que escondi). Experiências novas certamente me ajudam a encontrar um meio entre essas 9 helenas que conheço. Acho o “ponto-zero” entre elas e é neste ponto que encontramos a nossa sabedoria e liberdade. Vale a pena brincar de se desvendar…. você pode, assim como eu, como o senhor de espírito viajante, Athena ou as celebridades dançarinas se surpreender consigo mesmo.
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Direitos autorais da imagem de capa: baranq / 123RF Imagens