Li um texto que me fez refletir, ele falava dos cômodos da vida.
Parei para pensar e realmente faz sentido. Nossa vida é nossa casa. Uma casa única, irrepetível e com uma característica que me fascina: As portas e janelas só abrem por dentro.
Não há como arrombar ! Só o dono têm as chaves.
Foi aí que entendi a responsabilidade que temos quando algumas coisas não tão agradáveis acontecem conosco.
Se as portas e janelas só abrem por dentro, como vou reclamar da bagunça e sujeira deixadas pelo vento se fui eu que deixei um cômodo aberto?
Depois da sujeira feita, só resta uma coisa: limpar a bagunça, colocar em ordem e certificar-se de que os cômodos só serão abertos com muita cautela, afinal, ninguém quer uma tempestade instalada na sala, não é?
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Da mesma forma que precisamos cuidar com o período em que abrimos os cômodos para deixar o sol entrar, também precisamos ter cuidado com quem deixamos entrar pela porta da frente
Aliás a fachada da casa também precisa ser bem conservada, afinal de que adianta uma casa linda por dentro, se a fachada remota os filmes de terror das casas mal assombradas que causam medo e afastam as pessoas
Vivemos em um mundo onde tanto se fala em segurança, onde pagamos seguros contra incêndios e desastres naturais, furtos e outros, onde atendemos as pessoas no portão e evitamos dar detalhes maiores por medo de assaltos, sequestros e tantas outras coisas, mas quando se trata da nossa vida, abrimos a porta e vamos logo mostrando os cômodos em detalhes para quem acabou de chegar, e, às vezes, nem nos preocupamos em saber se é uma visita de duas horas, de uma semana ou para uma vida, e aí quando a visita vai embora sem nem se despedir nós ousamos reclamar, como se a culpa fosse apenas dela, como se nós não tivéssemos escolhido abrir a porta sem perguntar a ela qual sua real intenção.
Compreendi que sim, cada um que passa em nossa vida tem um propósito, no entanto, precisamos aprender a nos resguardar emocionalmente da mesma forma que fazemos com nossa casa.
Precisamos filtrar para quem abrimos a porta, em que momento é o ideal para abrir, afinal uma bagunça ou outra sempre fica, mas qual é a bagunça que vale a pena organizar?
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Quem dessas visitas vai recebê-lo na casa dela da mesma forma que você a recebe na sua?
Sabemos que algumas casas são mais simples que outras, mas não estamos falando no quanto o outro pode oferecer, mas sim o quão disposto ele está em retribuir …
Você pode sim ter uma suíte master e a visita uma casa com cômodos simples, mas quando você chega na casa dela, até esquece do conforto do seu lar, tamanho o aconchego que ali recebe.
Na verdade você quer é ser recebido por ela, na certeza de que ela está lhe oferecendo o que tem de melhor, pois isso é o suficiente, se não fosse suficiente você não a receberia em sua casa e nem visitaria a casa dela.
Na verdade você nem se importa se talvez a casa dela seja um pouco menos arrumada que a sua… Afinal, sua casa é organizada, mas não tem um jardim tão bonito… Já o dela, é um daqueles de fazer cair o queixo.
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O que importa realmente é você saber o que está disposto a entregar, e o mínimo que quer receber.
E caso você tenha o quarto de visitas para entregar com todo conforto, tem certeza que merece ficar no quarto da bagunça?
Não reclame por ficar ali, fique o tempo que achar necessário, sabemos que, às vezes, os anfitriões precisam arrumar a casa para poder bem receber.
Mas quando achar que já ficou ali tempo suficiente, saia do lugar escuro mas ao chegar ao corredor tenha certeza que só lhe cabem dois caminhos: ou o anfitrião o leva ao quarto de visitas como você fez com ele quando ele foi na sua casa – não importa que o quarto não esteja como o seu, você sabe que ele o levou para um dos melhores lugares da casa e está se esforçando para mantê-lo confortável – , ou você escolhe a porta de saída.
Na verdade a saída é quase certa , afinal, não é possível ficar em um lugar que não esteja disponível para mantê-lo confortável. Você gosta da casa, mas resolveu ir embora porque apesar de ela ser agradável o lugar úmido e escuro em que o colocaram, ue o faz ficar doente.
Você não reclama, por um tempo ele até foi suficiente, mas hoje não mais, hoje é tóxico
Então estando no corredor, prestes a abrir a porta a única pessoa que pode impedir sua saída é o anfitrião: levando-o ao quarto de visitas ainda que nos 44 do segundo tempo, ou caso ele esteja atrasado poderá correr para buscá-lo no jardim, quem sabe até bater novamente na porta da sua casa, para convidá-lo a voltar na casa dele.
Ele sabe que você foi embora não porque não gostava da casa, mas sim porque sentia que merecia um cômodo melhor, mais aconchegante.
Mas só ele pode fazer isso, só ele pode impedir que você escolha a porta de saída afinal, é a casa dele, nenhum cômodo pode ser arrombado, você respeita …
Ninguém é prisioneiro de ninguém, vocês são iguais, exatamente iguais, e livres e preenchidos por esse respeito e liberdade mútuos de todo coração dizem um ao outro:
“É isso que tenho a lhe oferecer, você pode ir embora se quiser ir, e ficar em minha casa se quiser ficar, o que você quiser! Eu te respeito!
Só preciso saber qual seu desejo. Se não com palavras, mas expresso em atitudes. Preciso saber. Eu te respeito!”
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