Este é um texto e uma reflexão bem-humorada sobre os namoros de antes e os de hoje. Sobre o romantismo e a falta dele.
Cada mulher tem sua definição própria do que pode ser um bom namorado.
No entanto, existe um senso comum, seja qual for o estilo que ela aprecie, um bom namorado tem que ter pegada e charme. Mas tem que ser também fiel e carinhoso.
Há tantos outros predicados que se pode exigir de um bom namorado, mas vamos combinar, o namorado perfeito ainda não nasceu.
Em tempos de escassez dessa espécie (namorado) não se pode sair por aí exigindo muita coisa, se ele tiver umas duas qualidades, já está de bom tamanho.
Na minha juventude até que não era tão difícil assim encontrar um namorado bem razoável, porém, os tempos mudaram e hoje as meninas estão meio relegadas à solteirice, ou porque querem um namorado com mais de três qualidades, ou porque eles não estão mais a fim de encarnar esse papel.
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Namorada ainda é um status bem atual, mas namorado…
Quando eu era menina, era bem divertido selecionar uns candidatos. Eles estavam bem distribuídos, na escola, no trabalho, na igreja, e até nas ruas. Em toda parte havia um desses personagens quase extintos nos dias de hoje.
Era um luxo se comparado com os tempos atuais, sempre havia um na parada e mais um ou dois de olho na menina.
E como bons namorados que eram, tinha flores, bombons, cartinhas, sorvete no domingo à tarde e, claro, presente no Dia dos Namorados.
Hoje eles até mudaram de título, não são mais namorados, chamam-se “ficantes” ou coisa parecida, se é que há algum sinônimo para essa palavra tão esquisita.
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Um bom namorado pedia para sê-lo. Um bom namorado respeitava todos os estágios de um namoro que se preze. Pegar na mão, tocar nos cabelos, beijar no rosto e depois na boca e não saia atacando a mulherada como acontece hoje em dia.
Sim! É claro! A mulherada mudou muito, mas na verdade é uma pseudo-mudança, o que elas continuam querendo é um bom namorado e não um affair sem dia seguinte, sem ovo de páscoa, sem aliança de compromisso.
Algo mudou muito, e não sei bem precisar o que foi. Parece-me que eles começaram a escapar de compromissos e elas a fazer qualquer coisa para tê-los, mesmo que isso não se chame mais namoro, ou será que eles mudaram tanto porque elas mudaram primeiro e começaram a facilitar demais a conquista? Faz-me lembrar da estória do ovo e da galinha.
Tenho que admitir que essa tal emancipação feminina ocasionou uma grande metamorfose masculina, transformando, entre outras coisas, namorados em “ficantes”, (palavra esta que nem existe ainda nos dicionários), cavalheiros em atrevidos, distintos em aventureiros.
E que perdoem as feministas, mas prefiro seguir acreditando que há coisas de homem e coisas de mulher, ou seríamos então, hermafroditas.
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Diante de tanta transformação de costumes, de tanta “inovação”, da modernidade que transmuta comportamentos, aprecio dizer que pude experimentar a gostosura de ter alguns bons namorados, comparando-se com a qualidade de hoje.
No meu tempo de namorada, tinha dia e hora para namorar, lugar também. O moço ia em casa e lá ficavam os dois, brincando de gato e rato com os pais, saindo de onde eles entravam e entrando de onde eles saiam. Não muito depois das 10, ele voltava para sua casa.
No dia seguinte, davam um “nó” em todo mundo, achando um jeito de se encontrar escondido, fosse à hora do almoço, na saída da escola ou depois do trabalho.
Os meninos eram tão românticos e as meninas adoravam isso.
Faziam planos e em grande parte das vezes, mais cedo ou mais tarde deixavam de ser namorados para se tornarem noivos e depois em um sábado à tarde, lindamente vestidos, os dois, com um sorriso de orelha a orelha, tornavam se esposos, companheiros, muitos até que a morte os separasse.
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