A família pede que as crianças sejam ensinadas sobre as diferenças e que as pessoas aprendam a respeitar quem possui qualquer tipo de deficiência.
Pessoas com deficiência precisam pedir respeito o tempo todo, seja para se locomover pela cidade, seja para acessar os mesmos lugares do restante da população ou para serem enxergadas como seres humanos. As dificuldades que enfrentam são sérias e começam na infância, precisando que os pais se posicionem de maneira firme a fim de defender seus interesses.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2019, cerca de 25% da população brasileira tem algum tipo de deficiência. Isso significa que 45 milhões de pessoas, ou um quarto do país, batalham para tentar ser protagonistas da própria vida, fugindo do preconceito e do capacitismo, exigindo respeito.
Em Liverpool, na Inglaterra, Mick, pai de duas crianças, relata os desafios e as incertezas de criar um filho com deficiência. O mais velho nasceu com espinha bífida, uma condição em que a medula espinhal não se desenvolve adequadamente, fazendo com que a coluna tenha uma abertura anormal.
Esse problema varia de graus mais leves até mais complexos, em que a pessoa não consegue se locomover e precisa passar por uma série de cirurgias para tentar corrigir a abertura.
A maior frustração que Mick encontra é em relação ao comportamento da população, que não se importa com as dificuldades diárias de uma criança com deficiência. Até se locomover pela cidade se torna difícil, já que as ruas não são construídas pensando nessa população, mesmo que represente uma importante parcela da sociedade.
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Mas, além dos governantes e planejadores não pensarem na deficiência como algo existente, a própria população deixa a desejar nesse quesito. Os pais de crianças com deficiência e os adultos com deficiência exigem do poder público que melhore a vida dessas pessoas, mas também precisam que os indivíduos façam sua parte, colocando o respeito e a empatia em primeiro lugar.
No dia 31 de março, Mick postou uma foto comovente em sua conta do Twitter, mostrando a realidade de tentar transitar com seu filho mais velho em uma cadeira de rodas pela cidade. A imagem choca e provoca revolta. Um morador decidiu estacionar seu carro metade na calçada (que já era estreita), metade na rua, atrapalhando completamente a passagem dos pedestres e cadeirantes.
Society for disabled people summed up in one picture, just not even thought of 😟😡👨🏻🦽 pic.twitter.com/w5oJx2FOB5
— Mick ♿️ (@Flakes1979) March 31, 2021
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A imagem se tornou viral, com mais de 79 mil curtidas e 18 mil compartilhamentos, provocando revolta em muitas pessoas. Na legenda, Mick escreveu que a sociedade havia sido resumida em uma imagem. Seu filho está de costas, parado, na frente de uma cerca viva e uma van impossibilita qualquer um de passar por ali.
![Pai desabafa sobre dificuldades do filho cadeirante em se locomover pela cidade: “As pessoas não se importam”](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2021/04/1-3-Pai-desabafa-sobre-dificuldades-do-filho-cadeirante-em-se-locomover-pela-cidade-As-pessoas-nao-se-importam.jpg)
Para economizar alguns passos e deixar o carro mais “seguro”, aquela pessoa pensou apenas em si mesma, impedindo qualquer outro indivíduo de transitar naquele local. Para essa pessoa, ninguém é mais importante do que ela e não é preciso pensar nos cidadãos ou na sociedade como um exercício de cidadania; todos que passarem por aquela calçada precisam desviar do carro, porque são “menos importantes”.
Essa atitude afeta as pessoas com deficiência, afeta famílias que levam seus filhos pequenos em carrinhos de bebê, obrigando todos a correrem riscos na rua, precisando sair da calçada.
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Quem possui deficiência passa por inúmeras situações como essa, enfrentando sérios problemas para simplesmente andar pela cidade.
As pessoas não se importam com as outras, não demonstram empatia nem tentam imaginar como deve ser viver daquela forma. A acessibilidade é apenas uma das frentes exigidas por quem tem deficiência, porque existem várias outras demandas que nem sequer chegamos a conhecer, esquecendo-nos de que são seres humanos assim como todos os demais.
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