Aldizia queria se candidatar como voluntária em hospital, mas como não tinha experiência na área, foi contratada como copeira da instituição.
A pandemia continua fazendo muitas vítimas mundo afora. O Brasil lidera o ranking de mortes por milhão, isso significa que, em relação à sua população, a cada um milhão de brasileiros, 1.950 pessoas morrem. Em segundo lugar, vêm os Estados Unidos, com 1.750 mortes por milhão, seguido pelo México, com 1.691 mortes por milhão; Rússia, com 754; e Indonésia, com 169 mortes por milhão.
O momento não é de alegria, o número de mortes diárias segue alto, assim como o de novas infecções, o que significa que estamos muito longe de conter o vírus. A efetividade da vacina só pode ser mensurada a partir do momento em que 85% da população receber o imunizante, aí teremos um novo problema: no Brasil, 25% da população é menor de 18 anos. Os esforços para conter mortes e novos casos vão durar um bom tempo, e toda ajuda será necessária.
Pensando exatamente nisso, Aldizia Lima Bezerra, de 54 anos, decidiu que precisava “ajudar as pessoas de alguma forma”, e deixou de lado sua vida como síndica e dona de casa para trabalhar como copeira no Hospital Estadual Leonardo da Vinci (HELV). Ela pretendia trabalhar como voluntária na instituição, mas não possuía nenhuma experiência na área da saúde.
Segundo reportagem do jornal Diário do Nordeste, o HELV abriu um processo seletivo para a vaga na copa, e Aldizia decidiu se inscrever. Ela explica que sempre trabalhou como dona de casa, e isso poderia fazer com que os pacientes se sentissem um pouco no próprio lar.
O trabalho começa às 7h, mas ela faz questão de chegar ao local às 6h15.
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No dia 1º de maio, havia 258 pacientes ocupando leitos no hospital, 162 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O desejo da senhora é tentar levar um pouco de alegria aos pacientes, que estão muito tristes e debilitados por estarem longe da própria casa. Ela pede que eles se alimentem, para que possam se recuperar mais rapidamente, típico comportamento de uma mãe que se importa com os filhos. Aldizia reforça que o “remédio ajuda, mas a palavra cura”.
Assim que começou a trabalhar no local, a senhora começou a sentir efetivamente o medo de contrair a doença, principalmente porque começou a ver os estragos da covid-19 de perto. No início, ela chegava em casa completamente arrasada, a realidade dura e a dor dos pacientes passaram a ser acompanhadas de perto, mas, ao mesmo tempo, ela se sentia bem por poder mudar, mesmo que um pouco, seus destinos.
Com mais de um mês na função, Aldizia se sente mais do que essencial, ela se sente primordial naquele ambiente. A senhora revela que o medo de enfrentar uma doença invisível é vencido pelo prazer de recuperar uma vida, que estava muito próxima da morte. Ela mora em Fortaleza, capital do Ceará, estado que já registrou mais de 18.500 mortes.
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