Em um programa que incentiva o empreendedorismo nas escolas, 34 jovens decidiram usar o aprendizado para ajudar pessoas vulneráveis.
Não são todas as pessoas que optam por empreender uma ação ou projeto social quando têm a oportunidade, na verdade, pequena parcela escolhe priorizar a ajuda ao próximo.
Algumas acreditam que estão ocupadas demais, que não têm tempo, outras julgam que oferecer dinheiro não vai resolver o problema em longo prazo e outras preferem nem pensar no assunto.
A vulnerabilidade social precisa ser resolvida, principalmente porque expõe a falha no sistema econômico e social, que valoriza uns em detrimento de outros. Nossa Constituição Federal, conjunto de princípios sancionados em 1988, garante que todas as pessoas tenham direitos básicos atendidos, como educação, moradia, alimentação, segurança e saúde, mas muitas são infringidos diariamente.
Na primeira oportunidade que tiveram, estudantes do 2º ano do ensino médio decidiram criar um projeto que atendesse aos moradores de rua de Curitiba, capital do Paraná, e outras cidades frias da região.
Foram 34 alunos que criaram a miniempresa solidária Aquece, que produzia cobertores impermeáveis e térmicos, enquanto participavam do Programa Miniempresa, da organização social Junior Achievement.
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A Junior Achievement é uma organização de educação prática em negócios, economia e empreendedorismo, e está presente em 120 países. É uma associação educativa e sem fins lucrativos, que tem o objetivo de estimular os jovens desde muito cedo sobre o empreendedorismo e formas de compreender o mercado de trabalho em toda sua complexidade e competitividade.
Anualmente, alunos de diversas escolas, em cidades distintas do Brasil e do mundo, participam do projeto como forma de aprender enquanto competem.
A equipe da Aquece venceu, em duas categorias do programa, o Prêmio de Produto Destaque e o Prêmio Marketing. Qualquer pessoa pode adquirir o produto para distribuir a pessoas vulneráveis.
Cada produto tem um certificado e um número de série, que garante ao comprador saber exatamente em qual fase do processo de desenvolvimento ele está ou mesmo se já foi entregue. Foram produzidas 188 unidades, sendo que 150 foram entregues diretamente às pessoas em situação de rua de Curitiba.
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O principal objetivo dos estudantes era distribuir cobertores térmicos e impermeáveis para as pessoas vulneráveis que não têm teto e sofrem com o inverno de uma das cidades mais frias do país. Os jovens pretendiam mudar a vida de pessoas marginalizadas e esquecidas pela sociedade, já que acreditam “na magia da união e da solidariedade”.
Cultivando valores como criatividade, humanidade, ética, dedicação e empatia, os jovens almejaram se tornar referência na produção e comercialização dos cobertores, sendo até reconhecidos internacionalmente pelo pioneirismo no trabalho com todas as pessoas marginalizadas, como os sem-teto e refugiados.