Os funcionários de uma empresa alemã doaram quase 3.300 horas extras para que um pai conseguisse ficar sem trabalhar por um ano, enquanto acompanhava o tratamento do filho com leucemia.
Cuidar de um filho doente é uma das coisas mais dolorosas para uma família. A fragilidade da criança, a fina linha entre a vida e a morte, que já acompanha os pais desde o nascimento dos rebentos, passa a ser cada vez mais tensionada após um grave diagnóstico.
Para conseguir dar conta do peso de lidar com a iminência da morte, é preciso que os pais e/ou cuidadores tenham uma forte rede de apoio. Pessoas com quem possam contar para ajudar com as compras, com a limpeza, fazer companhia nos momentos mais sombrios e que ajudem com o que conseguem.
Muitas pessoas dizem que, para cuidar de uma criança, é preciso uma aldeia. Para cuidar de uma criança doente, então, provavelmente, seria preciso muito mais que uma aldeia. Em Hesse, na Alemanha, um comovente caso aconteceu com Andreas Graff, viúvo e pai de um pequeno de 4 anos, com diagnóstico de leucemia.
Quando descobriu que o filho tinha câncer no sangue, Graff logo tirou todas as férias e descansos que podia do trabalho para conseguir acompanhar o tratamento da criança.
Ele não podia, tampouco, ser demitido, já que a única renda da casa era a dele e, sem o trabalho, não conseguiria arcar com o tratamento médico do filho.
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As primeiras nove semanas de tratamento do pequeno Julius, segundo reportagem da BBC, exigiram que o menino ficasse confinado a uma cama. O medo de perder o emprego era grande e sua licença estava próxima do fim, mas foi justamente quando a gerente de recursos humanos da sua empresa decidiu intervir.
Com apoio do sindicato dos trabalhadores e da administração, Pia Meier convocou os funcionários da Seidel e da subsidiária Carus, em Fronhausen, para contribuir com um fundo de horas extras. Era um pedido diferente, mas cerca de 700 colegas de trabalho responderam positivamente ao apelo da gerente, que afirma que a reação de todos foi incrível.
Apenas duas semanas depois de propor o trabalho, o total de 3.264 horas e 50 minutos foi coletado.
Andreas chorou de alegria e se emocionou ao ver o resultado. Inúmeros funcionários, incluindo estagiários, que ele nunca viu nem sequer uma vez, contribuíram com a causa.
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O pai poderia tirar mais um ano de folga do trabalho para cuidar de Julius, sem correr o risco de ser demitido por isso.
Julius permaneceu o tempo que precisou no hospital e, segundo a reportagem, finalizou seu tratamento em casa, com seu pai. O pequeno é cheio de energia, e o pai explica que o matriculou em uma escola, para que, gradualmente, fosse retornando às suas atividades rotineiras.
A bondade e solidariedade de todos possibilitaram a Andreas ficar em casa, com seu filho Julius. Em alguns momentos, é só com uma rede de apoio que conseguimos dar conta de nossas obrigações. Vivemos em comunidade, nascemos para nos relacionar uns com os outros, por isso é natural ajudar e ser solidário com quem amamos e, em alguns casos, com quem nem sequer conhecemos.
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