O urso havia sido atingido com um dardo tranquilizante pouco antes de entrar no mar, nadando por 25 metros até começar a ficar sonolento.
Alguns indivíduos nem sequer raciocinam direito quando o assunto é proteger os animais e se colocam até em risco para garantir que aquela vida ficará bem. E são muitas as espécies que precisam de ajuda, normalmente precisam ser salvas de nós mesmos e dos impactos que os humanos fazem na Terra, disseminando poluição e sujeira.
Quantas vezes não vimos no noticiário imagens de animais aquáticos cobertos de óleo ou mesmo presos a plástico? Esse é um dos estragos, mas eles podem chegar a todos os ambientes da flora e da fauna, afetando diretamente a vida de inúmeros seres vivos, de estruturas mais simples às mais complexas.
Perto de Tallahassee, na Flórida (EUA), um urso de cerca de 200 quilos precisou ser resgatado por um biólogo. Ele estava em uma área residencial em Alligator Point, quando alguns oficiais encarregados de cuidar dos animais da região decidiram levá-lo para outro local, mais distante das pessoas e das casas.
Segundo informações do The Telegraph, os oficiais atiraram no urso um dardo tranquilizante, procedimento comum na região, que acabou assustando o animal, fazendo-o correr em direção ao golfo do México.
O dardo demorou mais do que o habitual para fazer efeito, e isso permitiu que ele nadasse por cerca de 25 metros até começar a ficar sonolento.
Neste momento, o biólogo da Comissão de Conservação de Peixes e Vida Selvagem da Flórida, Adam Warwick, percebeu que o urso poderia precisar de ajuda, já que as chances de desmaiar na água eram grandes. Mesmo sem ter certeza do que deveria fazer, ele se lançou ao mar repentinamente, em resposta à quantidade de adrenalina que bombeava em seu sangue.
A única coisa que Adam queria era impedir que o animal nadasse em águas mais profundas, já que ele perderia a capacidade de se mover em pouco tempo. Conforme ia perdendo as forças, a sensação de angústia tomava conta do seu corpo, e o biólogo decidiu intervir, arrastando-o até a margem.
Adam conta que o urso não compreendia o que estava acontecendo e que tinha muito medo de se afogar, por isso, em alguns momentos, tentava subir no biólogo ou mesmo passar por cima dele, apenas com o instinto de se salvar. O animal tentou atacá-lo, mas como estava sob efeito do tranquilizante, caiu para trás e afundou repentinamente.
Depois de alguns segundos, o urso, que lutava para sobreviver, colocou a cabeça para fora da água, mas aquele era o último suspiro de força que ainda restava dentro dele. Adam colocou um braço embaixo do urso e, com o outro, segurou sua nuca, tentando manter a cabeça acima da água, enquanto o levava de volta à costa.
O biólogo saiu dessa aventura ileso, com apenas um arranhão do urso e um corte no pé, provocado por cracas. Adam explica que carregar um animal daquele tamanho só foi possível porque eles estavam dentro do mar e, além disso, ele estava sob efeito de fortes tranquilizantes. Com certeza, se estivesse em terra firme, ele não teria conseguido carregar pela mesma distância.
O urso foi levado na caçamba de um trator até o caminhão de um oficial da vida selvagem, que o levou para a Floresta Nacional de Osceola, perto de Lake City. Tudo correu bem e o animal felizmente não sofreu nenhum tipo de ferimento graças à atitude do biólogo.