Às vezes, ganhamos tanto delas (mães, avós, bisas, tatas), que não temos ideia de tudo que já passaram para que pudéssemos estar aqui.
Dia das mães que chega, um tanto quanto clichê falar sobre as mulheres que por amor, decidem sacrificar seus corpos, seu sono, sua alimentação, quem sabe até sua vida tranquila para poder nos dar a vida!
Sim elas se sacrificam e muito, e dizem que nós mulheres só aprenderemos a compreender nossa mãe, quando nos tornarmos uma.
Ser mãe é algo que se aprende ao ser, não tem fórmula ou manual, talvez as instruções venham contidas de forma sutil naquela que nos tornou filhos.
Tive a felicidade ser convidada por amigos e participar de um programa especial de dia das mães, entrevistando 7 mulheres, com histórias diferentes – e marcantes – sobre ser mãe.
E durante todas elas, o que mais me chamou a atenção é o brilho no olhar e o sorriso com que falam sobre ser mãe, embora tantas dificuldades enfrentadas:
Entre ser mãe na adolescência, conciliar a vida de mãe com o profissional, ficar viúva em um tempo onde faltava emprego e água encanada com 5 filhos pequenos para criar, a dor da perda, entre tantas outras. Às vezes, ganhamos tanto delas (mães, avós, bisas, tatas), que não temos ideia de tudo que já passaram para que pudéssemos estar aqui.
Mas o que mais me chamou atenção nestas mulheres e em tantas que encontramos no nosso dia a dia (inclusive a minha), é que ser mãe é uma escolha, algo que vem do coração e da alma. E ser mãe de certa forma, exige saber que um pedaço seu já não a pertence mais, pois passa a ser do mundo, mães ensinam seus filhos, mas não podem controlar e determinar suas vidas e seus atos, eles seguem, este é o fluxo da vida.
Dentre tantas histórias, eu poderia passar horas aqui elogiando a minha mãe e descrevendo como quero me tornar como ela, ou falando um pouco mais de cada uma das mães que fazem parte de minha vida: familiares, amigas…
Mas neste dia em especial pensei nas mães que têm seus filhos gerados apenas no coração, e também, nas mães que geraram filhos em seu ventre e cada uma com seu motivo, sua razão resolveu dividir a graça de ser mãe com outra mulher.
Sim, ela dividiu a dádiva de ser mãe por um ato de amor. Dificilmente uma mãe doará um filho para que ele passe pelas mesmas ou mais dificuldades do que ela.
É claro que escrever sobre é mais fácil que sentir na pele, talvez para quem é filho do ventre e do coração um misto de emoções tome conta, acredito e imagino que seja difícil processar e compreender, mas, talvez, se neste dia e daqui em diante pudéssemos olhar de forma diferente para as mães do ventre?
Olhamos com tanto amor para aquelas que recebem, mas não temos este mesmo olhar para com aquelas que entregam uma parte sua: os filhos!
Talvez nos falte compreender que elas não são vilãs, são mulheres que porventura não puderam ter perto aqueles que lhe custaram pelo menos 9 meses de sua vida e por um ato de amor entregam um pedaço de si mesmas para que alguém continue sua missão. É um dividir, que não diminui, pelo contrário soma.
Afinal, o que seria das mães do coração sem as mães que puderam gerar filhos em seu ventre? Como seria a vida dos filhos do ventre e do coração se tivessem permanecido junto às suas mães do ventre?
A verdade é que, uma não existe sem a outra, assim como ser filho do coração só é possível, por antes ter sido um filho do ventre. Sim, são duas mulheres que compõem as faces diferentes de uma mesma moeda! Assim talvez possamos compreender que a conta fecha: a parte que falta em uma é completada pela outra.
Talvez DEUS, o Universo (ou como você chamar) seja realmente tão sábio que fez o caminho de duas mulheres se cruzarem pelo bem de ambas e de alguém tão especial, por um algo tão maior que não temos noção.
Quem sabe, neste dia, possamos olhar ainda que sem compreender as mães do ventre de forma diferente, vendo a grandeza de seu ato, um ato de amor e aos filhos do coração que possam se sentir agraciados, afinal Mãe é algo tão bom que você tem duas!
A todas as mães, minha mais profunda admiração!
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