Se a PARANOIA ganhasse, meus filhos não estariam vivos!
Paranoia é um dos grandes males do século! E ela acaba com a gentileza, bondade…
O nível de desconfiança entre as pessoas cresce por causa da negatividade e, a negatividade aumenta por causa da paranoia crescente, da desconfiança que todos querem levar vantagem em tudo! A gente nem sabe onde começa uma ou outra…
O foco aqui é avaliar como as pessoas estão acreditando cada vez menos no outro e, como isso reflete de forma muito negativa, em dimensões que não avaliamos na maioria das vezes. Eu avaliei, pois, meus dois filhos não nasceriam se as pessoas que confiam e são bondosas, gentis, não existissem.
Concorda? Ou discorda?
A desconfiança faz parte do ser humano, é uma defesa natural e necessária, só que vem se intensificando demais nos últimos anos. As pessoas acabaram perdendo a sensibilidade, a empatia e até mesmo, o bom senso. Hoje por exemplo, na manchete do jornal local mostraram uma turista cega que caminhava na praia, sendo retirada da praia, pois as demais pessoas chamaram a polícia para retirar o seu cachorro guia. Alegaram não ser permitido cachorro na praia e, nem perceberam que era um direito da turista, pois era um cão guia. E aí pergunto quem é cego nessa história?
E digo mais: negatividade cega a gente!
Acompanhamos todos os dias esse tipo de incoerência e falta de empatia, falta de respeito, falta de paciência… E isso vai minando nosso cérebro e, se não cuidarmos, podemos ficar também insensíveis, pouco empáticos…
Normalmente não se pensa que uma gentileza, um gesto de solidariedade ou de educação, pode salvar uma vida.
Sempre cito minha história real, quando estava de seis meses e meio, do meu filho mais novo (hoje com 19 anos) rompeu a bolsa e saímos em disparada para a maternidade. Aí descobrimos, meu marido e eu, que as pessoas não acreditam que o pisca-alerta ligado quer realmente dizer emergência. Ao contrário, para muitas pessoas quer dizer que o outro quer lesar, chegar primeiro, tirar vantagem. Na época refleti sobre isso, pois também procedi assim antes, mas, depois do que ocorreu repensei.
Com certeza meu filho sobreviveu graças às pessoas que deixaram a gente passar na frente, deixaram furar sinaleira, levaram em consideração a real comunicação que um pisca-alerta quer dizer, que é emergência!
E tem mais!
Também meu outro filho foi salvo no nascimento por uma profissional que acreditou na minha dor! Já, já conto!
A dificuldade crescente das pessoas acreditarem no outro está na expressão diária exacerbada da negatividade, no fato de ter sempre uma sobrecarga de informações que alimentam essa negatividade. Afinal a mídia divulga toda hora mortes, roubos, histórias de fraudes, maus tratos, alimentando a falta de crença e esperança na humanidade.
Quantas vezes por dia você escuta uma notícia como:
– Idoso salva criança de atropelamento.
-Jovem devolve carteira com dois mil reais que achou no mato.
– Profissional doa dinheiro para reforma de escola pública com seu FGTS.
Com certeza existem notícias assim, mas infinitamente em menor número do que as que assustam, que fazem a gente se fechar em mecanismos de defesa que apontam que o mundo é ruim, que o mundo não me quer bem, que tenho que me proteger o tempo todo… Essas notícias positivas, que mostram o lado bom do ser humano, podem estar acontecendo em grande número, porém não chegam até nós com a mesma velocidade e intensidade das negativas.
Vou mais atrás no tempo…
Há 34 anos quando fui para a maternidade ganhar meu filho mais velho, estava em trabalho de parto normal. Comecei uma hora da manhã e perto das 14:00, estava na mesa de parto para os preparativos, e as dores eram absurdas. Olhei para minha barriga e ela foi ficando ao contrário e a dor aumentando. A bolsa já havia rompido e disse para a enfermeira que estava de costas e assim ficou.
– Está doendo muito, tem algo errado!
E ela, sem se mexer respondeu: Meu Deus! Mãe de primeira viagem é sempre assim! Isso é a dor do parto!
Não sabia se era ou não, mas comecei a gritar e dizer que ela queria me matar e ao meu filho. Foi quando uma médica sensível, empática, entrou e já saiu gritando para fazerem cesárea de emergência, pois o risco de morte dos dois era evidente.
Além de acreditar que existem sim pessoas boas, generosas, gentis nesse mundo, podemos também nos esforçar diariamente para fazer parte dessa população positiva e, poder também estar salvando vidas, até mesmo sem saber…
Sou grata a todas as pessoas positivas e gentis que passaram e que passarão na minha vida, me empenho diariamente para ser assim e convido você a fazer parte sempre desse time!
Abraço carinhoso!
Isabel