Falando sobre experiências e conceitos de percepções do meio, alerto sobre os marcadores somáticos, ao sinalizar as experiências ou seus eventos como causadores de emoções, se utilizando de certos padrões reagentes, onde são geradas semelhantes formas de emoções diante as que tivemos no primeiro contato com o fato ocorrido ou marcador visualizado. Isso ocorre porque ao se deparar com o fato novamente, o inconsciente lembra do primeiro fato e busca a reação obtida para então somente repeti-la como uma forma de instinto gerado através da primeira reação que a pessoa viveu e já marcou em algum lugar do seu inconsciente, gerando então, apenas uma lembrança da percepção de uma experiência similar. Com isso, é importante a diferenciação de comportamento, trazendo novas experiências que, desta forma terão novos instintos e percepções em seu inconsciente, captando âncoras.
Para seguir com a mesma percepção de novas âncoras como percepção de experiências, o livro, “A estratégia do Oceano Azul”, já falava sobre diferencial como forma de “movimento estratégico” a fim de gerar novos mercados através da criação de novos produtos e serviços. A importância de as empresas e seus colaboradores também perceberem as suas próprias experiências e as experiências de seus concorrentes, ao invés de gastar energia lutando para se destacarem em mercados já existentes, criarem novos mercados onde consigam atingir através da diferenciação, novos públicos que entendam e percebam este novo mercado. Fazendo isto, cria-se suas novas âncoras, percebendo novas oportunidades, assim como o exemplo dado no livro sobre o Cirque Du Soleil que, procurou um novo nicho de mercado se utilizando da estratégia do oceano azul onde juntou a diversão dos espetáculos circenses convencionais, a uma mistura de espetáculos da Broadway, porém mais sofisticados, ou até mesmo espetáculos de balés e teatros alcançando diferenciação e baixo custo agregados a um novo nicho e experiência percebida pelos clientes, sendo que, mesmo que apareçam empresas similares, o Cirque Du Soleil será sempre reconhecido como âncora na memória dos consumidores.
A percepção visual possui hoje, em conjunto com as sensações, as principais ligações ao conhecimento sensível, apresentando duas abordagens distintas conhecidas como o intelectualismo e o empirismo. Na teoria intelectualista, as sensações e as percepções concentram-se na capacidade direta da pessoa de decompor algum tipo de objeto em suas qualidades reconhecidas, como sensações e, após então, recompô-lo gerando um novo significado reconhecido como percepção. Já na teoria empirista, tanto as sensações como as percepções possuem comandos externos que geram estímulos capazes de agir sobre nossos sentidos e sistema nervoso, desta forma recebendo então uma resposta vinda do cérebro e retornando no percurso do sistema nervoso humano e assim, aos órgãos receptores dos sentidos em sua forma de sensação ou um conjunto destas, ou seja, a percepção. A teoria empirista acredita no conhecimento adquirido decorrente de um conjunto de associações de sensações diante as percepções dependendo então da frequência de repetições e suas sucessões de estímulos externos associados a novos hábitos, o que vem ao encontro com o alerta para os marcadores somáticos em seus eventos.
As emoções e sentimentos são estimulados pelo nosso próprio cérebro, desta forma, as pessoas possuem o poder de programar suas emoções e sentimentos através do estado emocional que faz parte de experiências imediatas variando em sua intensidade, duração e familiaridade. Quanto mais violento for o raciocínio, mais energia emocional terá devido a sua conturbação. Assim como também, pessoas tem o poder de mudar o estado de espírito de outras pessoas, comprovando que pode sofrer fortes influências do meio, principalmente de suas âncoras muito utilizadas na forma visual mostrando algo a pessoa, auditiva emitindo sons ou ainda em forma de toque de músicas e formas sinestésicas.
…O quão bem você aprende depende do estado em que você está. O quão bem você desempenha depende do estado em que você está… Seja qual for a tarefa que tiver que desempenhar, seja o que for que quiser aprender, seja qual for o resultado que desejar, pergunte-se: “Em que estado quero estar para fazer com que isso seja mais fácil? (O`CONNOR, 2012, P. 85)
Emoções e sentimentos possuem ligação direta com os sentidos que, fazem com que a pessoa sinta tal emoção devido a visualização, audição, tato, gustação ou olfato. Como quando a pessoa visualiza algo e lembra de algum fato que ocorreu anteriormente e que a fez ter essa emoção novamente ou parecida. Assim, comprova-se a teoria de âncoras pessoais onde, estes fatos que fazem com que a pessoa sinta uma emoção, também se baseie em experiências já ocorridas anteriormente. Daniel Goleman, traz em seu artigo sobre inteligência emocional baseado em uma tese científica, que o fato de hoje a humanidade estar atravessando uma crise no que diz respeito ao aumento da criminalidade, infelicidade e violência, é tão somente o reflexo da posta cultural de uma sociedade que erroneamente preocupou-se somente com o intelecto das pessoas, deixando esquecido o seu lado emocional. Diante a pesquisa científica feita para o livro Inteligência Emocional de GOLEMAN, fica claro, que existem duas mentes, a mente racional e a mente emocional.
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- Mente racional: A mente racional está ligada à compreensão onde quase sempre se está consciente. No lado racional onde se é capaz de ponderar e refletir sobre as atitudes.
- Mente emocional: A mente emocional está ligada a impulsividade onde se age com impulsos inconscientes e rápidos.
As duas mentes citadas acima, possuem importante harmonia para a orientação humana, de forma que elas se coordenam para que se completem. A mente emocional por ser mais rápida, permite atitudes imediatas que parecem ser sempre a mais assertiva, onde quando acontece um ato de “paixão”, por alguém ou algo, ela prevalece, porém não por muito tempo para o bem da humanidade e a existência da lógica. Na mente emocional, considera-se verdadeiras suas crenças, fazendo-se diferente a qualquer contrariedade, sendo desta forma, muito difícil o raciocínio lógico em uma pessoa que está passando por uma perturbação emocional. A reação emocional que apesar de fazer parte da mente emocional, leva um pouco mais de tempo para estabelecer-se causando então uma reação de sentimento, permitindo ainda possuir consciência do seu raciocínio, porém com a eclosão de emoção. Existem algumas emoções que acabam por alimentar-se trazendo-as para convivência humana, estas emoções são consideradas sensações propositalmente provocadas por nós mesmos. Na mente emocional, não se tem certeza da emoção que certo tipo de pensamento desencadeia, mas existe o poder de escolher em que pensar. Já na mente racional, não se decide o tipo de emoções que se tem podendo apenas controlar nossas reações diante ela, já que não faz parte do raciocínio a decisão de ficarmos tristes, alegres, furiosos, etc.
O autor apresenta cinco principais domínios sobre a inteligência emocional:
- Se auto motivar;
- Saber lidar com as suas emoções;
- Saber como lidar com os seus relacionamentos;
- Saber reconhecer as emoções nas outras pessoas;
- Conhecer suas emoções reconhecendo os sentimentos;
A percepção conotativa sobre Inteligência emocional mostra que as emoções estão sendo negligenciadas pela cultura que até hoje aplica sua ênfase no processo intelectual e cognitivo enquanto está comprovado, que a felicidade e o bem-estar procurado por todos e tão almejado, depende muito mais dos processos emocionais do que de processos intelectuais. Com isso, as pessoas buscam incansavelmente formas indiretas e maneiras mais dissimuladas de procurar vivenciar emoções, sejam através de drogas, filmes, paixões intangíveis, novelas, dentre outros, proporcionando o gosto do que procuram sem que lhes causem riscos como se fosse o caso de participações reais. Desta forma nota-se a necessidade de rompimento do ciclo de violência, vivenciado assim como o risco de entorpecimento emocional. Acredita-se hoje, no aprendizado da consciência emocional como forma de despertar os detalhes adormecidos dentro das mentes, a fim de desenvolver os fatores emocionais.
O cérebro humano, funciona totalmente integrado como um todo, integrando cognição e emoção. O que acontecia antigamente, era uma programação do uso do intelecto, negligenciando o emocional que agora neste novo conceito é valorizado, tratando-se de uma inteligência emocional, não somente um lado emocional esquecido em sua real importância, sendo por anos reprimido e controlado a fim de não atrapalhar o raciocínio lógico das pessoas. Inteligência emocional então, significa saber administrar o comportamento pessoal diante a sociedade e sua forma de se relacionar com elas, assim como suas reações a diversas situações e a sua capacidade de resolver os problemas da forma mais adequada.
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Nota-se que em situação inusitada, o sistema emocional é o primeiro a agir sendo que desta forma, um sistema emocional desequilibrado possui forte tendência de agravar uma situação, o que agrava mais ainda se a pessoa que sofre a reação não souber lidar com ela e reagir da mesma forma. Um exemplo é a reação de uma pessoa explosiva com muita ira onde a outra responde quase que inevitavelmente com mais ira. Neste caso se a resposta fosse mais empática, provavelmente a vítima se sentiria melhor consigo mesma e com a agressora. Além disso, as chances de doenças são menores porque já é comprovado que pessoas com descontrole emocional sofrem mais de doenças cardíacas, depressão ou derrames cerebrais.
Por isso então, a importância de treinar as emoções a fim de atingir melhores resultados na vida pessoal e profissional, aprendendo a lidar com as diversas situações inusitadas ou não, ocorridas no dia a dia, estando preparados para enfrentar os desafios harmoniosamente, prevenindo obstruções e evitando ao máximo o bloqueio de nossas capacidades mentais para que os treinamentos cerebrais atinjam todas as competências das pessoas e não só as menos estimuladas.