Carol impediu o estrangulamento de um suspeito negro por um policial branco, e foi demitida por “impedir que ele exercesse a profissão”.
A atuação da polícia sempre recebe críticas, independentemente do local. Quando uma instituição, criada para supostamente ajudar os cidadãos, que circula armada pelas ruas, passa a exercer sua função refletindo os preconceitos de seus integrantes, altos índices de violência são registrados.
Em 2006, na cidade de Buffalo, nos Estados Unidos, a oficial Cariol Horne passou por uma situação que testou todos os limites da polícia de seu município. Uma mulher ligou para sua unidade acusando o ex-namorado de roubar seu cheque da Previdência Social. Os policiais foram ao local e, quando tentavam prender o rapaz, a situação se tornou excessivamente violenta.
Segundo reportagem do The New York Times, a policial viu seu companheiro de profissão Gregory Kwiatkowski começar a estrangular o suspeito. Ela teria dito que ele estava sufocando o rapaz e, segundo os documentos de investigação do caso, a policial teria entrado em confronto com o colega, golpeando-o no rosto, puxando-o para trás e saltando sobre ele, como forma de impedir a ação violenta.
Ela tinha ido ao local da ocorrência atendendo ao chamado de um colega, e lá se deparou com um oficial branco dando repetidos socos no rosto de um negro algemado, enquanto todos os outros apenas aguardavam.
Quando o suspeito disse que não podia respirar, e a oficial Horne percebeu que estava sendo estrangulado, ela removeu o policial à força e trocou socos com ele.
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A situação toda repercutiu internamente. Os oficiais passaram por uma investigação, Gregory foi liberado de todas as acusações e a Horne ofereceram suspensão de quatro dias, o que ela recusou. Em 2007 e 2008, audiências concluíram que o uso da força física da policial não se justificava.
Ela foi demitida em 2008 e o oficial Gregory promovido a tenente no mesmo ano. Em 2020, depois do assassinato de Geroge Floyd por uso de violência policial excessiva, que tinha o intuito explícito de ferir ou matar o suspeito, que já estava imobilizado, um juiz do tribunal estadual anulou a decisão de demissão da oficial Cariol.
Além disso, revendo todas as decisões anteriores, o juiz Dennis Ward lhe concedeu pagamentos atrasados e benefícios que eram seus por direito, mas lhe foram sucessivamente negados. A frase “eu não consigo respirar” se tornou um grito de guerra contra a brutalidade policial, e Cariol, em entrevista à CBS, deu uma declaração dizendo que nenhum outro policial deveria passar pelo que ela passou por fazer o que é certo.
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Foram 15 anos aguardando justiça. A conduta, que deveria ser encorajada foi, na verdade, reprimida e silenciada, passando a todos os outros policiais a ideia de que não se deve lutar pelo certo. Cariol ainda processou o oficial Gregory por difamação, e ganhou cerca de R$ 350 mil.
Depois que foi demitida, Cariol Horne passou a trabalhar em empregos temporários, até como motorista de caminhão e, em alguns momentos, precisou morar em seu carro.
Todas essas injustiças, somadas ao caso George Floyd, voltaram à tona em 2020, fazendo com que todos tivessem de pagar por seus erros.
O policial Gregory Kwiatkowski perdeu sua função e foi demitido, depois de outro escândalo que envolvia a prisão de quatro adolescentes. Sofreu um processo e foi condenado a quatro meses de prisão, já que sempre atuou usando excessivamente a força e abusando de sua autoridade adquirida com a profissão.
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