A depressão pode ser uma das melhores coisas e uma das piores coisas que pode nos acontecer. Sim, ela vai levá-lo ao fundo do poço e quando achar que chegou lá, ela mostrará, a você, sem dó, que o poço é mais fundo. Contudo, ela o conduzirá a um processo de autoconhecimento, que você jamais imaginou, nem nos seus melhores sonhos e quando achar que já descobriu muitas coisas boas sobre si mesmo, ela vai lhe mostrar que você é capaz de muito mais.
Então, confie! Mantenha-se com otimismo, mesmo nas horas de desespero e desalento. Você está passando por uma fase difícil e ela não será para sempre. Ela vai passar! Acredite!
Por mais que essa crise pareça não ter fim, ela tem um tempo de maturação e vai passar. Dê tempo ao tempo, respire, acalme-se e procure curtir com tranquilidade suas crises, suas dores e suas angústias.
Diga olá para a depressão que veio sentar ao seu lado, naquele momento. Para a ansiedade que sentou do outro lado e para a solidão que o encara, como se fosse te engolir. Como no livro “Comer, rezar e amar”, em que a personagem de Gilbert se vê em meio a uma crise existencial.
Encare esse momento com dignidade. Porque estar deprimido não é sinal de fraqueza, como muitos lhe dirão, ou falta de Deus no coração, como outros tantos afirmarão. Praticamente todos o abandonarão e não estarão a fim de ficar perto de uma pessoa depressiva. Acharão frescura e mimimi todos os seus dilemas.
Ainda mais numa sociedade condicionada a ser feliz 24 horas por dia, em que é preciso produzir e ser legal o tempo todo, para colecionar amigos e familiares superficiais, nada dispostos a sentar, dar o ombro, ouvir. Tempos acelerados que nos emboscam na armadilha da “sociedade do espetáculo” e estar triste, chateado, magoado, com raiva é feio.
Porém, sinta tudo isso, porque é humano. Mas, sinta com respeito. Passe por isso com respeito a si mesmo e aos demais.
Depois, quando tudo aliviar no peito, aceite evoluir. Aceite as coisas, as pessoas e as situações como elas são e deixe fluir. Não tenha medo em excesso do imprevisível, do desconhecido. Não sofra por antecedência. A vida é repleta de tombos. Aceite-os. Aceite que eles virão e deixe tudo fluir. E, acima de tudo, escolha viver.
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Escolha sentir todas essas dores e passar por elas. Escolha chorar. Isso faz parte dos nossos sentimentos, da nossa natureza, afinal de contas, somos o único animal que chora e não deve ser por caso.
Por mais que a sociedade do consumo, o fetiche da mercadoria e essa “condição pós-moderna” o iludam e digam que é preciso estar feliz sempre, em estado de euforia e procura constante, sem encontrar, do sucesso, a produzir, não mais que vazios em seu peito. Porque, simplesmente, o sucesso constante não existe. Tudo isso, naqueles momentos, em que você não se sente assim, feliz. Não se sinta culpado! Não ceda à pressão da sociedade.
Escolha viver, por mais que a dor seja insuportável e seu peito aperte como se fosse esganar seu coração.
Por mais que seus músculos do peito doam, seus pés e mãos gelem, sua boca seque, sua cabeça lhe pressione desorientada e pareça explodir. E, seu coração começar a bater como se fosse parar, suporte tudo isso, continue respirando e escolha viver. Não escolha acabar com essa dor.
Sim, não se assustem! Essas são algumas das sensações físicas de quem tem depressão, ansiedade e síndrome do pânico. Talvez, sejam os monstros de que falam o filme Bird Box. Ele leva as pessoas ao suicídio. Mas, não se assustem, essas sensações são suportáveis e você sobreviverá. E, as pessoas que estão à sua vontade, doentes, também sobreviverão.
Basta você ser amor e não julgar, apenas segurar a mão. É isso que pessoas depressivas esperam: uma mão para segurar e passar por isso. Poder ver o sol raiar no outro dia no horizonte, agradecendo: obrigada por me fazer suportar!
Essa crise existencial pode durar anos, entre tratamentos e preconceitos. Então, passe por tudo que tiver que passar e deixe doer. Será uma fase de grandes descobertas sobre si mesmo, se você assim encarar.
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Poderá mergulhar fundo, sem medo da crise e descobrir o que de fato faz sentido em sua vida, o que de fato lhe traz paz, felicidade e tranquilidade. Quais as pessoas que lhe fazem bem, quais as situações. Aprenderá a olhar os pequenos detalhes e valorizá-los. Um redescobrir espiritual!
Por isso, estar deprimido é sinal de sensibilidade. É sinal de quem está repensando a vida, revendo os pontos, as vírgulas e os parágrafos. Colocando na balança os pesos, as suas escolhas e as medidas que vinha utilizando até aqui. É um privilégio passar por isso.
Não se sinta injustiçado. Agradeça, viva e escolha lutar!
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