Dia desses parei pra observar uma mulher apaixonada. Posso afirmar: perdi a noção do tempo.
Ela muda da água pro vinho. Transforma todo o ambiente ao seu redor e tudo nela ganha intensidade. Sorriso, olhos, alma… algumas tentam esconder – sem muito sucesso. Chega a ser engraçado. Elas falam com um jeito diferente e nos olham de uma forma como se lessem nossos pensamentos. E não duvido que, de fato, consigam.
A mulher apaixonada possui uma dose exagerada de encantos. Não espera pelos nossos sorrisos, se antecipa e os buscam de uma vez, fazendo questão de transformar nossas vidas em um pedaço do céu. Quer um exemplo? Marcou com ela às sete da noite. Oito horas, nada. Já bateu papo com o porteiro, deu seis voltas no quarteirão, resmungou todos os palavrões possíveis. Nada ainda. Mas quando ela surge, uma rainha, a mais bonita de todas as bonitas desse mundo, e tudo pra te agradar, te ver feliz, ela te desmonta em um segundo. Vai dizer que não ficaria o dobro, o triplo do tempo, ou até mesmo um dia inteiro por tão bela recompensa?
As mulheres apaixonadas nos recompensam até quando não percebem.
Observe-a quando acorda. Com aqueles olhos que mal se abriram, cabelo jogado no rosto, ainda com resquícios da maquiagem da noite anterior. Só mesmo elas pra nos darem um presente desses logo pela manhã, o melhor de todos os bom-dia. Não satisfeitas, correm pro banheiro e voltam meia hora depois, lindas como havia de ser. Mas pra nós, não mais que antes.
Porém eu tenho lá as minhas conspirações sobre uma mulher apaixonada. Sei lá, algo que os homens não saibam, como se fosse um acordo entre elas e Deus. Elas têm algum poder, magia, encanto divino, algo que nos faz perder completamente a razão perante um simples e avassalador sorriso. Como se fossem espiãs, espiãs de amor, com o único objetivo de nos tornar os mais realizados desse mundo, e em troca de nada que nossos olhos, olhos de homens, simples mortais, consigam ver. E ficamos assim, estáticos, feito bobos.
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Acho que a mulher apaixonada segue uma escala. Nos faz perceber que é feita de amor dos pés à cabeça até corroborarmos esse amor em casamento perante Deus, aquele seu comparsa, pra que assim possamos dar início à plenitude de um amor consumado, ou seja, filhos. A partir daí reparamos que ela escondia o jogo, nos revelando o único sentimento maior que o amor de mulher, e é nessa hora que seu acordo com Deus tem sua apoteose: a mulher apaixonada vira mãe.
São amigas, irmãs, esposas e amantes. Ao mesmo tempo. Mas acima de tudo, são mulheres. Nos atos mais amorosos e mais instintivos – há de haver diferença? – ainda são mulheres. Que se entregam às suas verdades sem medidor de consequências. Que oferecem colo, tornando leve com pena, todo o peso de um amor. Bem… sorte dos homens. Com uma mistura concentrada de responsabilidade. Ainda assim, sorte.
E dessa maneira descobri que, em vez de observar uma mulher apaixonada, é muito mais válido torná-la apaixonada.
Apaixone uma mulher…