Que tal criar novas memórias?
Outro dia estávamos conversando entre amigos sobre lembranças tristes, lembranças reincidentes que insistem em estragar bons momentos, principalmente em datas festivas do ano.
Enquanto alguns comemoram o Natal e o Novo Ano outros são abatidos por tristeza e forte depressão, muitas vezes ocasionada por lembranças tristes que afloram nesta época.
Logo me veio na memória algumas recordações dolorosas, o fim de um relacionamento, a perda de um ente querido, um assalto, uma demissão. Todos nós colecionamos algumas lembranças ruins ao longo da vida. Isso é inevitável. São muitas experiências traumáticas pelas quais passamos e que acabamos relembrando mesmo sem querer. Impressionante como essas lembranças teimam em aparecer nos momentos mais inoportunos com o intuito de estragar tudo.
Talvez você não tenha passado por situações como essas, mas certamente guarda na memória algum momento, ou mais de um, que gostaria de deletar eliminar para sempre da tua cabeça.
Embora pareça coisa de cinema os pesquisadores afirmam que já existe uma droga em fase experimental capaz de “apagar” memórias ruins, assim como acontece no filme ” Brilho Eterno De Uma Mente Sem Lembranças”, onde a protagonista desiludida com o fracasso do relacionamento amoroso, decide esquecer o namorado para sempre e, portanto aceita se submeter a um tratamento, que retira de sua memória os momentos vividos com ele.
Segundo o psicólogo francês Paul Fraisse: A cada três segundos o presente se se torna passado. Após três segundos, todas as informações que passam pela nossa cabeça se tornam memória. Enxergamos, portanto a nossa vida através de memórias.
E quando o gatilho da memória é acionado como nesses momentos de festividades, onde as recordações do passado e do convívio familiar se afloram ele busca lembranças que de alguma forma podem te prejudicar. São arquivos traumáticos ou situações de medo tristeza e insegurança.
Devido os avanços da ciência a cada dia estamos mais perto do que nunca de conseguir apagar lembranças dolorosas e até mesmo implantar outras, tão convincentes quanto. Vai chegar o dia em que a ficção dará lugar a realidade e poderemos escolher as memórias que gostaríamos de preservar.
Mas enquanto esse dia não chega e a droga não está disponível no mercado nós “simples mortais” podemos contar com algumas dicas para amenizar ou até mesmo substituir memórias dolorosas.
Refazer momentos, criar novos hábitos, buscar novos relacionamentos, novas amizades e mudar a rotina, são apenas alguns exemplos de situações capazes de afastar memórias ruins, capaz de substituir lembranças tristes por momentos felizes.
Se a felicidade é uma questão de registros em vez de invocarmos lembranças tristes muito mais salutar criar novas memórias, bem mais saudáveis.
Pode não parecer fácil, mas o simples fato de colocarmos novas memórias e criarmos novas lembranças faz com que os espaços antes ocupados por sentimentos ruins passem a ser inseridos por sensações alegres e agradáveis. Com o passar do tempo deixamos de recordar maus momentos e nos ocupamos das boas lembranças.
Que tal tentar?