Quem as pessoas acham que eu sou?
– Médica, Paulista, Adoro a vida e mãe do Filipe.
– Aventureiro, Dono do próprio nariz, Solteiro, Feliz.
– Coach, Digital Influencer, Traveller.
– Dona de casa, Mãe na vida real, Casada com o Márcio e tentando emagrecer.
Esses são apenas alguns exemplos de apresentações em perfis de redes sociais. Pessoas que a gente não conhece ou simplesmente ouviu alguém mencionar e por algum motivo nos interessamos em seguir os perfis.
Sempre queremos causar boa impressão, seja pessoalmente ou virtualmente. Falamos das nossas qualidades e raramente mencionamos nossos defeitos.
Quando passamos por entrevistas de emprego, sempre nos perguntam qual seria nosso maior defeito e aí a coisa empaca! É tão difícil admitirmos que somos teimosos, egoístas, desorganizados, ansiosos, ciumentos e por aí vai…
Muita gente quer mostrar ao mundo suas conquistas, sejam elas profissionais ou pessoais e hoje é muito mais fácil sabermos o que fulano ou sicrano está fazendo porque tudo ficou muito público, quanto mais seguidores e curtidas, mais popular eu sou.
Essa exposição” livro aberto” muitas vezes nos mostra, na realidade, como alguém que não somos, em uma vida que não temos. Não porque queremos que nos vejam assim, mas porque muitas vezes a mensagem que está sendo passada através de uma foto, frase ou vídeo não reflete a realidade que realmente queremos compartilhar.
Um exemplo disso aconteceu comigo. Tenho uma página de vida saudável, sempre posto receitas fitness e alimentação saudável. Prego e vivo esse estilo, embora não seja escrava dessa ditadura sem glúten e zero carbo. Mas um dia no shopping, na praça de alimentação, encontrei uns amigos que não via há tempos e eles em tom de brincadeira me disseram: – “Agora vamos ver o que você tá comendo, pra ver se você come aquelas comidas que posta!” Ufa! Eu estava comendo yakisoba! Rsrs, mas eu também como pastel, um big mac de vez em quando e o que me der vontade. Deixo isso bem claro nos meus perfis, porque não quero passar uma mensagem de algo que não vivo. Mas o que me deixou realmente intrigada foi que eram pessoas que não interagiam cotidianamente comigo, mas que faziam parte do meu círculo de amizades e “observavam” virtualmente minha vida. Muita gente também me marca em publicações que têm relação com meu estilo de vida, o que pra mim é muito legal, porque estou conseguindo passar realmente a mensagem que quero e um pouco daquilo que sou! Mas, Nossas postagens podem ter um alcance muito grande sem que a gente tenha consciência disso. Todos estão nos observando, mesmo que não participem ativamente de nossas publicações
Existem pessoas em nossos círculos e redes de amizades que são incógnitas, se expõem, muitas vezes até demasiadamente, pedem ajuda e não gostam de ouvir conselhos. Outras, vão do céu ao inferno em questões de horas, começam o dia com mensagens de paz e terminam o dia mandando todos pro inferno. E também há outras que nem conheço pessoalmente, por morarem até em outros países e que conheci através das redes sociais. Essas, deixam-me tão à vontade para comentar, aconselhar, me alegrar com elas. Vejo uma linha de estabilidade nas suas postagens, nas mensagens que querem passar e nas suas vidas.
Uma coisa que aprendi nas internets da vida é não devemos nunca nos expor intimamente na rede. Seja na área financeira, amorosa e familiar. Alguns momentos e principalmente nossos problemas devem ser preservados para o convívio de nossa família e lar. Também não devemos misturar perfis profissionais com pessoais. Mas devemos sempre ser leais à nossa essência, ao que defendemos, àquilo que somos.
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E você? Como as pessoas te veem? Como um perfil de rede social ou como um ser humano imperfeito, que quer mais dessa vida além de amigos virtuais?
Quem as pessoas acham que realmente sou?
#ficaadica