Se queres ser respeitado, respeita mesmo aqueles que falam alto e até aqueles te interrompem. Não precisas de ser como eles, sê como tu.
Vejo muitas pessoas desrespeitarem outras apenas por serem diferentes. Não acho que seja a falta de respeito do gênero cometer violência verbal, mas uma espécie de ataque sutil.
O respeito é importante porque é um básico na comunicação. Se houver tensão entre ambas ou uma das partes, a expressão de ideias é automaticamente reprimida e não é dito aquilo que realmente se quer dizer.
Hoje em dia as pessoas sentem resguardos em mostrarem quem são realmente e dizerem o que realmente pensam porque há muito “mimimi”. Por haver liberdade de expressão e a tão celebrada democracia, as pessoas podem dizer tudo o que pensam e isso inclui julgar e ofender o outro.
Não é porque podes dizer tudo que deves sentir o dever de dizer à outra pessoa que ela está a pensar errado só porque ela pensa diferente de ti!
Acho que isso é que estraga a maior parte das interações do mundo moderno – julgar.
A internet torna a expressão de ideias e opiniões ainda mais rápida e parece quase mandatório ter uma opinião sobre tudo. Sai uma notícia e esta torna-se viral – porque toda a gente partilha e dá a sua opinião.
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Mas mais uma vez, não é porque se pode dizer o que se quiser que se deve falar sobre tudo! Ou responder a tudo, ou interagir com todo o mundo.
O silêncio é importante, e penso que é isso que é o necessário. Alguém nos ouvir sem estar com os ouvidos alerta às notificações do Facebook, ou da última mensagem do amigo.
É preciso alguém que realmente esteja lá, nos ouça, e não sinta necessidade de dar a sua opinião só para dizer alguma coisa.
Isso é respeito porque estamos a deixar-nos respirar, a deixar-nos existir, a deixar-nos ser.
Tenho refletido bastante sobre isto porque tive consciência de que ainda sou muito insegura e não sinto liberdade nem espaço para ser eu mesma.
Quero dizer, ser realmente eu mesma, sem pensar no que o outro vai dizer, ou se vai falar mal de mim nas minhas costas – sim, porque 90% dos assuntos das conversas de muita gente é falar de outras pessoas.
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Tenho esse medo e sei que nada posso fazer para mudar o comportamento da outra pessoa, por isso tenho simplesmente que ganhar coragem e libertar-me dos pensamentos que me limitam, porque há muita gente boa por aí, que valoriza a boa conversa, o convívio enriquecedor e que tem uma mente aberta porque entende que cada um tem a sua perspetiva.
Sei que essas pessoas existem porque já conheci bastantes.
Mas conheço ainda mais pessoas que falam e falam, sem tirar um tempo para respirar e ouvir a outra pessoa. Essa maioria apenas ouve para responder – e isso não é propriamente respeito, é interesse.
Temos dois ouvidos e uma boca, porque evoluímos mais a ouvir do que a falar. As palavras que ficaram enfrascadas nos convívios que tive e nos quais não tive oportunidade de expressar a minha opinião, passo para o papel, para o teclado. E sou grata por essas ideias terem marinado para se terem tornado em belos textos.
Por isso foi bom ter ficado calada, e respeitar o que os outros tinham a dizer. Porque em cada convívio e cada pessoa aprendo uma coisa nova, uma maneira diferente de ver as coisas.
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Mesmo que essas pessoas não me respeitem e julguem as minhas próprias opiniões e crenças, eu continuarei a respeitar as suas, porque sei que respeito atrai respeito, e se quero companhias em que haja diálogo em vez de monólogo, tenho que aprender a ouvir para ser ouvida.
E o mais importante nem é falar, mas sentir-me sempre livre para me expressar, sobre o que sentir que é verdade para mim.
Se queres ser respeitado, respeita mesmo aqueles que falam alto e até aqueles te interrompem. Não precisas de ser como eles, sê como tu.