O físico teórico e cosmólogo, por vezes, saía de seu campo de estudo para tecer impressões acerca do futuro e o que poderia ser ameaça à existência humana.
Nascido em janeiro de 1942, em Oxford, no condado de Oxfordshire, na Inglaterra, não chegou a ser excepcional durante a escola básica. Em 1959 entrou para o curso de Física na Universidade de Oxford, apenas porque não tinha Matemática no currículo. Graduou-se em três anos e se tornou membro honorário na Trinity Hall, onde fez seu doutorado, em 1966.
Aos 21 anos foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença degenerativa que teoricamente reduziria sua expectativa de vida em muitos anos. Stephen morreu em 2018, aos 76 anos, e é considerado um dos cientistas mais importantes do século por conta de suas contribuições sobre relatividade geral e buracos negros.
Em vários momentos deu entrevistas falando de certos receios com algumas áreas da humanidade, fazendo previsões sobre o fim da humanidade e até mesmo o que poderia acontecer com o planeta Terra. As declarações feitas em momentos e a jornais diferentes, mas juntas constituem importantes previsões.
Colonização de outros planetas
De acordo com reportagem da BBC, Stephen Hawking sempre ficou preocupado com a forma como os seres humanos conduziam as explorações dos recursos naturais e em como “apostavam todas as fichas” apenas neste planeta. Para o cientista, era mais do que urgente a necessidade de iniciar o processo de colonização permanente de outros planetas.
Para Hawking, as chances de a Terra sofrer uma catástrofe a ponto de extinguir a humanidade aumentam com o passar dos anos, e que mesmo não sendo provável nos próximos cem anos, seria praticamente certa nos próximos mil ou 10 mil anos. Outros pontos que podem convergir para um desastre sem precedentes são inteligência artificial (IA), mudanças climáticas, vírus geneticamente modificados e guerras nucleares, por exemplo.
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Máquinas dominariam humanos
Para o cosmólogo, a inteligência artificial realmente deveria ser vista como um avanço sem precedentes, mas também poderia significar a extinção humana. À BBC, ele afirmou que estava temeroso quanto ao momento em que a IA se igualaria ou superaria as pessoas.
O cientista dizia que, como não existiam certezas sobre o futuro acerca desse tipo de inteligência, isso tampouco significava que era completamente segura. Mas Hawking foi desacreditado por outros cientistas que acreditavam que a IA apenas “roubaria” os empregos formais das pessoas e que deveríamos nos concentrar em problemas reais para o futuro da humanidade, como armas de destruição em massa.
Ponto de inflexão e mudanças climáticas
Outro importante alerta que o físico fez questão de compartilhar em entrevista à BBC foi a questão do ponto de inflexão, momento em que o aquecimento global se tornaria irreversível. Considerada uma das maiores ameaças atuais do planeta, ele afirmou, à época, que ações como a de presidentes como Donald Trump, que visam à exploração dos recursos sem limites, poderiam transformar a Terra em um planeta como Vênus, com temperaturas de 250 graus e com chuvas de ácido sulfúrico.
Vida extraterrestre e hostilidade
Chamado de The Search for Extra-Terrestrial Intelligence ou apenas Seti, esse campo da ciência se dedica única e exclusivamente a tentar captar sinais de seres inteligentes em outros lugares do Universo. Para Hawking, essa também era uma iniciativa não muito interessante. Ao canal Discovery Channel, ele comparou a visita de alienígenas à de Colombo à América, escravizando a população nativa e tomando todos os seus recursos mais preciosos.
Seth Shostak, que trabalha no Instituto Seti, na Califórnia, disse ao jornal The Guardian que esse era um medo injustificado do físico, já que se os extraterrestres quisessem nossos recursos, já os teriam extirpado há muitos anos. Mas Ian Stewart, um matemático da Universidade de Warwick, concordou com Stephen, dizendo que nem sempre a inteligência faz os indivíduos serem bons e pacíficos.
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Buracos negros e energia
Mesmo que muitos cientistas afirmassem que Stephen Hawking fazia muitas declarações sobre campos que não eram de sua alçada, ele fez observações interessantes sobre os buracos negros. Por exemplo, em reportagem do jornal The Independent, ele explicou que existem pequenos buracos negros, do tamanho de montanhas, que seriam capazes de fornecer energia suficiente para abastecer o planeta inteiro.
Mesmo assim, de acordo com o físico, existiriam riscos de absorvermos a energia liberando em nós mesmos, como se o buraco negro “caísse” na Terra. Ainda não foram descobertos buracos negros desse tamanho e dimensão, mas que existe a possibilidade de “criar microburacos negros nas dimensões extras do espaço-tempo”.
Sempre disposto a opinar sobre assuntos variados, Stephen sempre atraiu a atenção da mídia em suas declarações, por mais descompromissadas que fossem, já que adquiriu status de ícone. A comunidade científica e o planeta perderam muito quando ele faleceu, principalmente porque tornava a ciência um campo sempre atrativo.