A culpa coroe, machuca, dói por dentro. Nos faz nos sentirmos um lixo, uma pessoa completamente impotente e imperfeita.
Esta visão falsa da vida tortura milhões de pessoas ao redor do mundo, porém chegou a hora de olhar a situação pela óptica da vida.
É preciso que você entenda que toda culpa é pretensão! Sim, a pretensão de ser melhor do que você realmente era, de ter feito melhor do que você realmente podia, de saber aquilo que você não tinha conhecimento, de ser aquilo que você ainda não tinha condições pra ser.
Essa culpa que você sente aí dentro é a sua cabeça cobrando você por não ser aquela pessoa perfeita que você imaginava. Ou seja, toda culpa é vaidade.
Vaidade não é se vestir bem ou cuidar da aparência. Vaidade é querer aparentar aquilo que não somos.
Por que você ainda alimenta essa imagem falsa de você? Por que motivo você se importa tanto em querer aparecer pros outros, fingir ser o que não é? Por que toda essa vergonha de errar? Essa pretensão de ser perfeito?
Todo mundo erra!
Eu erro, você erra, os outros erram… e daí?!
Você não precisa se culpar por errar. A culpa é um sentimento inútil. É a sua alma fazendo doer dentro de você, para que você perceba que essa ideia de ter sido o que você não tinha condições é uma ideia falsa. É crueldade exigir de si mesmo algo que você não podia dar.
É preciso entender que na vida tudo são situações. Em cada situação você sempre fez o melhor que pode, de acordo com o que sabia e podia. Largue essa pretensão de acertar sempre. Não se martirize, tudo está bem…
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Quando percebemos que nos equivocamos precisamos usar a nossa inteligência, porque nos torturar não vai adiantar de nada. Temos que olhar tudo de modo consciente sabendo que o que foi não volta mais, mas que de alguma forma aquela situação foi o melhor que pode acontecer, pois de algum jeito a vida precisava dela pra ensinar algo. Por isso precisamos assumir nossa responsabilidade, que é nossa habilidade de gerar respostas.
Sim, fizemos aquilo, assumimos isso sem culpa ou vergonha. Pois estamos aprendendo, e como crianças na eternidade alguns tombos fazem parte dessa caminhada evolutiva rumo ao infinito. Fizemos o que podíamos fazer, e se não foi bom, agora temos o discernimento pra saber o que será melhor da próxima vez. Se nosso poder de criação criou aquela situação ruim em nossa ignorância, com esse mesmo poder temos a capacidade de agora criar algo melhor, não pra concertar o que foi, mas pra construir algo novo com maior qualidade.
Afinal, é pra isso que servem os erros.
Os erros sempre nos dão importantes lições quando usamos nossa inteligência para analisá-los. São como setas no caminho que nos ajudam a escolher o melhor caminho a seguir.
Por isso jamais podem ser usados pra definir alguém.
Vou então lhe contar uma história sobre isso:
“Dizem que um dia um velho Mestre caminhava com seu discípulo. Eles passaram por uma cidade com má fama, onde as pessoas faziam os mais perversos atos: matavam, roubavam, estupravam, ofendiam… Por fim os dois conseguiram passar por ela sem serem incomodados, e ao chegarem ao topo de um monte, já distante da cidade, o discípulo disse:
– Mestre, fico feliz de ter seguido o caminho da luz. Veja aquelas pessoas, como são ruins! Sou grato de não ser como elas.
O mestre olhou para ele serenamente, e após alguns instantes disse.
– Você se considera melhor do que elas por isso?
O discípulo assentiu com a cabeça.
– Claro Mestre, eu sigo o caminho do bem. Não há como me comparar com elas. Deus um dia deverá condená-las pelo que fazem.
Então o mestre calmamente tirou de dentro de sua túnica uma pedrinha e a sujou de lama. Depois disse ao seu discípulo.
– Isso que tenho aqui é um diamante que eu estava pensando em dar a você. Mas acho que você não o quer mais.
O discípulo de olhos arregalados indagou:
– Mas por que não, Mestre?
– Porque ele agora está sujo de lama.
– Mestre, mesmo sujo de lama o diamante não perde o seu valor!
O Mestre sorriu.
– Tão qual, por mais que uma pessoa se afunde no lamaçal dos enganos não perde o valor divino que sua alma tem.
E o discípulo compreendeu que nossos erros não definem o que somos, e nem nos tornam melhores ou piores do que os outros.”
Ou seja, não deixe que os outros julguem você por seus erros, muito menos que você se julgue por eles. Seus erros jamais vão poder dizer o que você é. Eles jamais vão poder defini-lo, porque você é muito mais do que uma atitude equivocada. Você não é o que você fez, o que você disse ou o que você pensou. Você é muito mais do que isso. Você é um pedaço do Infinito. Um ato divino a passar na larga avenida da criação. Um valioso diamante, que por mais que se misture no lamaçal dos enganos não perde o seu valor interior.
Não use seus erros para se julgar, mas pra se guiar! É pra isso que eles servem, pois só através deles poderemos saber o que é melhor para nós. Alguém que não erra, fatalmente é alguém que não cresce, e principalmente alguém que não vive.
Por isso largue essa culpa. Deixe isso passar, abandone o que foi, use a inteligência pra analisar o que passou. Se solte, se ame e viva sem medo de errar de novo. Pois independente do que acontecer você vai estar com você pra se gostar e aprender com o que a vida quer ensinar sem precisar se maltratar pra isso!
Porque você é um ser em evolução na eternidade da vida, com o direito de acertar, de errar de viver e acima de tudo de se perdoar, de deixar o passado para trás sem culpa ou medo de ser feliz!