O sexo lésbico é cercado de vários mitos e ideias erradas, como por exemplo o fato de que essas relações não oferecem o risco de ISTs. Montamos esse guia para te deixar devidamente preparada para ter relações seguras com outras mulheres.
Vamos explicar como é o sexo lésbico, quais são os ricos que essas práticas oferecem, como se proteger e também dar algumas dicas para tornar esse momento ainda mais intenso e prazeroso. Continue a leitura para aprender mais sobre essas relações íntimas.
Como é o sexo lésbico?
Um dos grandes questionamentos sobre o sexo lésbico é se a falta de pênis não atrapalha a relação, e no alcance do prazer. De acordo com uma pesquisa de 2014, feita por estudiosos dos EUA, as mulheres heterossexuais sentem prazer em apenas 63% das relações, enquanto mulheres lésbicas experimentam o orgasmo 75% das vezes. Ou seja, a falta do pênis não é um empecilho para o prazer.
O sexo lésbico pode acontecer de várias maneiras:
- Sexo oral;
- Penetração com dedo;
- Tesourinha, a famosa posição onde as duas pessoas entrelaçam suas pernas e besfregam vulva com vulva;
- Brinquedos sexuais, entre outros.
Portanto, cabe a cada casal encontrar o caminho que mais funciona para si e explorar todas as formas de sentir prazer.
Quais são os riscos do sexo lésbico?
Primeiramente é preciso esclarecer que a prática sexual de pessoas com vulva também está suscetível a ISTs, seja através do sexo oral, das trocas de secreção, do sangue, do próprio contato entre os órgãos genitais e dos aparelhos usados durante as práticas.
Algumas das doenças que transmitidas durante a prática são: hepatite, herpes, sífilis, clamídia, gonorreia, HPV e HIV. Por isso é preciso manter uma atenção especial em todos os momentos da prática sexual.
Abaixo mostramos os sintomas e o modo de transmissão de cada um das ISTs que podem resultar de um sexo lésbico desprotegido.
Hepatite
Causada pelo vírus HBV, a hepatite B evolui lentamente e não costuma apresentar sintomas, de forma geral. Ela é frequentemente transmitida através do sexo e contato sanguíneo, além de secreção vaginal. Portanto, é importante evitar contato de sangue e higienizar muito bem os aparelhos e brinquedos usados nas relações.
Herpes simples – tipos 1 e 2
Os dois tipos de herpes podem ser contraídos em relações não seguras. Eles são caracterizados por lesões nas mucosas dos órgãos genitais e na pele. Essas infecções podem evoluir para vesículas, dolorosas e de localização variável na região genital.
Uma vez que as vesículas se rompem, dão origem a pequenas úlceras de formato redondo.
A contaminação pelo herpes acontece através do sexo oral, brinquedos sexuais e também pela posição tesourinha.
Sífilis
A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum e se apresenta no corpo de formas diferentes. Em seu estágio primário, a infecção é caracterizada por uma ferida única, localizada na vulva, vagina, ânus, colo uterino, boca, pênis ou outros locais da pele. Essa ferida costuma surgir em um período de 10 a 90 dias após o contágio.
Embora não cause dor, coceira e ardência, se trata de uma lesão com muitas bactérias, e precisa ser tratada corretamente.
A sífilis é adquirida através da posição tesourinha, de sexo oral, brinquedos sexuais e também do sangue.
Clamídia
Outra IST bastante comum em sexos desprotegidos, a clamídia é uma bactéria que atinge os órgãos genitais com muita frequência, embora também possa atacar os olhos e a garganta. Essa bactéria é uma das principais vilãs por trás do incômodo inflamatório na região pélvica.
A contaminação acontece pela posição tesourinha e brinquedos sexuais.
Gonorreia
A bactéria Neisseria gonorrhoeae é a responsável pela gonorreia. Essa IST acontece principalmente pelos brinquedos sexuais e pela posição tesourinha, e entre os seus efeitos no corpo estão infecções na uretra, ânus, colo do útero e vagina.
HPV
As HPVs são infecções genitais cuja principal forma de transmissão são as relações sexuais. Existem mais de 100 tipos de HPVs, algumas delas com foco nas mucosas, outras com foco na pele. Nas mulheres, elas costumam ser estender todo o trato genital e chegar até o colo do útero. Brinquedos sexuais, sexo oral e a posição tesourinha são algumas das formas de contaminação.
HIV
HIV é o vírus causador da Aids. Em relações entre mulheres, há um menor risco para a transmissão do vírus. No entanto, isso não significa que ele é inexistente, por esse motivo é importante manter o cuidado nas relações sexuais, especialmente no compartilhamento de brinquedos sexuais. Ferimentos pequenos mas com sangramento também podem favorecer a transmissão. É preciso tomar cuidado com sangue, brinquedos sexuais e a posição tesoura.
Como se proteger no sexo lésbico?
A proteção da saúde começa antes mesmo da relação sexual. É fundamental que as mulheres mantenham as visitas ao ginecologista, e os exames periódicos, sempre em dia.
Durante a relação sexual, a recomendação principal é evitar ter contato com o sangue menstrual da parceira, bem como com lesões genitais visíveis, uma vez que essa é a forma mais comum de transmissão de ISTs.
Se as parceiras fizerem uso de dedos e brinquedos durante a penetração, também é fundamental manter as mãos sempre bem limpas, e as unhas cortadas e bem higienizadas. Os brinquedos devem ser introduzidos com o uso de camisinha, e preferencial com lubrificantes a base de água para não alterar pH da vagina. E caso haja penetração na vulva e no ânus, o mais recomendado é trocar o preservativo. Para penetrações com o dedo, as dedeiras são grandes aliadas.
Os brinquedos sexuais devem ser sempre lavados com água e sabão após o uso, e quando usado pelas duas pessoas, é necessário fervê-lo ou esteriliza-lo.
Para o sexo oral os cuidados são mais complicados, uma vez que não há muitos produtos específicos no mercado, mas o uso de preservativos cortados na metade é úteis para formar uma espécie de proteção durante a prática.
Além de todas as orientações acima, outra forma de prevenção é o autoconhecimento e o respeito pela parceira. Se você suspeitar que está com alguma IST, procure um médico o quanto antes e avise a pessoa com quem você se relaciona sexualmente.
Para as mulheres trans lésbicas, os cuidados recomendados são os mesmos das relações heterossexuais, usando sempre o preservativo.
9 dicas para um sexo lésbico seguro e gostoso
1. Conheça a si mesma
O autoconhecimento é essencial em todas as esferas da vida, e no sexo não seria diferente. Explorar o seu corpo, saber aquilo que você gosta, e conhecer as suas zonas mais erógenas é fundamental para sentir prazer. Quanto mais você se autoconhecer, melhor saberá guiar a sua parceira, e mais satisfatórias serão as suas experiênicas.
2. Se comunique com a sua parceira
Para ter uma experiência sexual incrível, o seu canal de comunicação com a sua parceira deve ser aberto. Se abra com ela sobre os seus desejos, inseguranças e expectativas, e também ouça o que ela tem a dizer.
Quando as duas pessoas estão alinhadas, a relação acontece de forma muito mais natural, trazendo confiança e mais potencial de prazer para ambas as envolvidas. prazeroso.
3. Se proteja
Como você percebeu, a proteção durante o sexo lésbico é crucial para evitar vários tipos de doenças e infecções. Portanto, ela deve ser uma prioridade em todas as suas relações.
Tenha preservativos junto com você sempre, e faça questão de usá-los nas suas relações.
4. Cuide da sua higiene
Unhas cortadas, mãos bem lavadas, boca devidamente higienizada. Todos esses pontos são essenciais para garantir que as suas relações seja o mais limpas possíveis, reduzindo o risco de infecções para você e para a sua parceira.
5. Explore diferentes posições
Existem muitas posições incríveis para serem experimentadas no sexo lésbico. Esteja disposta a sair da mesmice e vivenciar novas sensações ao lado da sua parceira. Variar as posições podem ser exatamente o que você precisa para tornar o sexo ainda mais incrível.
6. Estimule a sua libido
Decore o seu quarto de forma temática, prepare uma comida afrodisíaca, ou leve a sua parceira para um motel diferentão. Incluir elementos excitantes nas práticas sexuais é uma forma de manter a chama sempre viva.
7. Conheça lugares diferentes
Muitas vezes podemos cair na mesmice. E nada melhor para mudar essa realidade do que ir para um lugar diferente. Pode ser um hotel elegante, uma cabana num local isolado, ou até mesmo na casa do outro parceiro. O importante é fazer uma mudança de ar, e estimular o desejo um do outro.
8. Abuse dos vibradores e brinquedos sexuais
Esses acessórios sexuais são tão populares por uma razão: eles realmente funcionam quando se trata de apimentar a relação.
Vibradores e brinquedos sexuais estimulam a criatividade, mexem com os desejos da outra pessoa e podem tornar qualquer momento mais prazeroso. Deixe a criatividade fluir, o limite é o prazer. Apenas garanta o uso de lubrificantes durante a prática, para tornar o momento o mais agradável possível para ambas.
9. Aproveite muito
Liberte-se de todas as amarras e entenda que você tem o direito de explorar o prazer e senti-lo da melhor forma para si mesma. Aproveite o momento e se entregue às novas experiências.
FAQ sexo lésbico
Sexo lésbico tem que ter penetração?
A penetração é apenas uma das maneiras de praticar o sexo lésbico. As mulheres têm outras opções para obter o prazer, como por exemplo o sexo oral, os brinquedos sexuais e a posição de tesourinha. Cabe a cada casal procurar o que mais os traz prazer.
É preciso cortar as unhas?
Sim. Manter as unhas curtas e devidamente limpas é fundamental para ter uma experiência higiênica e segura nessas relações sexuais. Isso porque além de prevenir infecções, também evita qualquer tipo de machucado a parceira.
No sexo lésbico tem uma ativa e uma passiva?
Não. Embora essa configuração de sexo seja muito comum nas práticas heterossexuais, o sexo lésbico não precisa acontecer dessa maneira. O que importa é que as envolvidas realmente aproveitem a prática e estejam confortáveis.
Se curtirem essa configuração, ótimo. Mas se resolverem testar outras formações novas, também vale a pena. Afinal de contas, o prazer pode acontecer de várias maneiras diferentes.
É preciso usar proteção?
Ainda é bem comum o pensamento de que o sexo lésbico é mais seguro do que o heterossexual. Mas a realidade é que o uso de proteção nessas práticas é fundamental, tanto como em qualquer outra.
O sexo lésbico pode transmitir DSTs e ISTs, e é só através da proteção que mantemos o nosso corpo protegido. Então sim, itens como preservativos femininos, barreiras de látex, entre outros, são necessários nesse tipo de relação.
Como garantir o prazer no sexo entre mulheres?
Assim como nos outros tipos de sexo, antes de mais nada é preciso muita comunicação. Quando as parceiras sabem os desejos e limites uma da hora, se torna muito mais fácil proporcionar e sentir prazer.
Intensidade, carinho e liberdade também são valores essenciais para proporcionar uma experiência muito prazerosa para ambas. Descubra aquilo que sua parceira mais valoriza nessas relações e garanta a sua voz seja ouvida. Com tudo isso, o prazer será uma consequência natural.
Agora você já sabe tudo o que precisa para ter um sexo lésbico seguro e prazeroso. Então coloque as dicas em prática no seu próximo encontro!
Nota: As informações e sugestões contidas neste artigo têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.
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