Muitas vezes, nós nos sentimos culpados por determinados sentimentos. Às vezes, de raiva, inveja, despeito, tristeza, frustração, medo, indignação e muitos outros que, imediatamente, tentamos mudar, não sentir o sentimento, a sensação que nos acomete frente à alguma situação ou pessoa.
Isso, muitas vezes, acontece porque nos foi ensinado que é feio sentir certas coisas, que não podemos nos sentir de determinadas maneiras, de que devemos e temos de manter a mente sempre positiva, sempre tendo pensamentos otimistas, que as sensações e sentimentos ruins vão embora.
E quando não vão? O que você faz? Finge que não está sentindo nada? Será que não é mais fácil reconhecer o que está sentindo? Sentir sem culpa? Sem autocondenação ou melindres?
Somos humanos, podemos ter todos os tipos de sentimentos, num prazo de 24 horas.
Quando passamos a negar o que sentimos, poderemos somatizar isso em algum local do nosso corpo.
Passamos a utilizar “máscaras” de que está tudo bem. Tudo bem alguém me xingar no trânsito. Tudo bem alguém me trair. Tudo bem um amigo me dever e não pagar. Tudo bem o vizinho comprar um carrão maravilhoso, enquanto eu ando de ônibus. Tudo bem alguém me empurrar numa fila, faço cara de que não é comigo, finjo que não me atinge.
Você já fez algo assim? Fingiu? E como realmente ficou internamente? Tirou um tempo para analisar porque se sentiu assim? Ou apenas guardou em algum lugar dentro de si e seguiu a vida, com cara de paisagem?
Não, não estou lhe ensinando que o caminho é reagir, partir para cima, revidar. Apenas sinta o que está sentindo, sem camuflar. O que fará com o que sente é uma escolha, mas quando resolve não encarar os seus sentimentos, pode estar caindo em uma armadilha.
Pois, para evitar se sentir mal finge se sentir bem, só que poderá se sentir mal lá na frente, quando a somatória do fingimento vier à tona. Não vale a pena.
Comece a reconhecer que sente inveja, que sente raiva, despeito, ciúmes, tristezas, igual quando assume que sente alegria, felicidade, amor, plenitude, etc. Quando negamos algo em nós, isso não desaparece no ar como por encanto, fica ali quietinho e um dia poderá dar às caras em forma de enfermidades, desconfortos, depressão.
Então, sinta o que sente, sem culpa. Diga para si mesmo: Tudo bem, estou me sentindo assim, é meu direito. Eu aceito isso. Respire fundo e se pergunte de novo: E agora? Como escolho me sentir?
Escolhas. Nós não podemos fugir delas, mas que sejam inteligentes!
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