Quanto mais nos tornamos conscientes, mais vivemos a nossa divindade.
Estamos aqui para uma breve jornada de aprendizado e evolução, para descobrir que somos o nada manifestado, com a linda possibilidade de dançar, cantar, sorrir e celebrar a vida.
Somos todos divinos exatamente como somos. Bondosos ou pecadores, criminosos ou inocentes, saudáveis ou doentes. Brancos, amarelos, pardos ou negros. Pós-doutores ou analfabetos, ricos ou pobres, católicos, espíritas, muçulmanos, budistas ou judeus.
Todos nós julgamos e sentimos compaixão. Acolhemos e, também, atiramos pedras. E ainda assim, repito, somos todos divinos, na mesma proporção, com todas as nossas virtudes e todos os nossos atos inconscientes.
As nossas aparentes diferenças estão apenas na circunferência e não no centro. Todas as ondas podem parecer únicas e individuais, mas são o mesmo oceano em ação. Elas se formam, atingem o pico, quebram e retornam ao mar.
Assim somos nós, materializados em diferentes corpos, com personalidades e modus operandi distintos, mas ligados à mesma fonte. Nascemos, crescemos e um dia deixaremos o corpo e retornaremos à origem de tudo. Somos todos, no fundo, um.
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Então, por que nos sentimos melhores que os outros? Por que nós nos agrupamos por afinidade, posição social, grau de escolaridade, raça, religião e crenças? Por que criamos separação e tanta confusão?
Simplesmente porque estamos identificados com a superfície e nos esquecemos do interior, da nossa divindade.
Você pode se perguntar: como eu posso ser igual a alguém que comete um crime? Como um assassino pode ser divino? Como um terrorista pode ser divino? Como alguém que acredita num Deus diferente do meu pode ser divino?
Imagine que nascemos como um espelho brilhante e que ao longo da vida acumulamos poeira até formar crostas grossas, que impedem esse espelho de brilhar e refletir.
Essas camadas de sujeira são a nossa inconsciência. Elas funcionam como uma barreira, uma venda nos olhos, impedindo-nos de ver a realidade e nos fazendo agir em desarmonia com o coração e com o Todo. São elas que nos distanciam do nosso centro, que permanece sempre puro e intacto.
É importante lembrarmos que por mais inconscientes que sejamos a divindade está sempre viva, como uma potencialidade a ser vivida, como um tesouro a ser relembrado, como uma flor à espera de água e luz para emergir e se manifestar no nosso dia a dia.
Estamos aqui para uma breve jornada de aprendizado e evolução, para descobrir que somos o nada manifestado, com a linda possibilidade de dançar, cantar, sorrir e celebrar a vida.
Somos a onda, que parece ser única, e também somos o oceano, que contém todas as ondas. Somos únicos e ainda assim somos o Todo.
Na Índia, quando que me sento em meditação com centenas de pessoas de diferentes nacionalidades, sinto que o silêncio nos torna um. Falamos diferentes línguas, temos diferentes crenças e costumes, mas ali, naquele momento, não existe diferença nenhuma entre nós, existe um silêncio vasto e um amor infinito.
A meditação é o caminho para retornarmos ao nosso centro e vivermos a partir dele, em paz conosco e com os demais. Quando meditamos, nós nos centramos e trazemos consciência para a nossa vida. Nós nos movemos da circunferência e das suas aparências para o centro, para o interior, para o essencial. É o caminho da transformação.
Quanto mais fundo mergulhamos em nós mesmos, mais aceitamos as aparentes diversidades, respeitando o outro e apreciando a beleza em todas as suas formas.
Quanto mais nos tornamos conscientes, mais tocamos a nossa divindade, entendendo que todos nós, inclusive os que estão perdidos na escuridão da inconsciência, estamos expostos à vida e ao seu processo de evolução.
Cada um tem o seu tempo de despertar e, mais cedo ou mais tarde, todos nós vamos retornar à nossa essência, que é pura e inocente.
Se esse chamado já bate à sua porta, não espere mais: feche os olhos, nem que seja cinco minutos diariamente, respire fundo e mergulhe dentro de você. Inicie essa linda jornada.
Para enxergar as maravilhas da vida é preciso primeiro fechar os olhos de fora e abrir os de dentro.
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