Não sei se você alterou a foto do perfil, se mudou o corte de cabelo, se na sexta-feira à noite você passou no mercado e comprou a cerveja que você gosta, ou se ainda pensa em nós quando vai naquele Café em que a gente se conheceu.
Eu não sei se você conseguiu passar na OAB, não sei com quem você desabafa depois de um dia difícil. Não sei o que o faz perder o sono.
Não sei se você ainda visita o meu perfil usando o Facebook de um amigo ou se já nem lembra que eu existo. Mas ainda lhe escrevo essas cartas porque sei que elas encontrarão um jeito de chegar até você. E me alivia saber que sempre terá muito de mim em você. Mesmo que apenas em palavras.
Não sei o que lhe deu para sumir da minha vida e me fazer quase enlouquecer com isso. Chorar. Esmurrar o travesseiro. Esperar todos os dias uma reação qualquer que me fizesse dizer “tudo bem, vamos recomeçar”. Eu voltaria. Eu esqueceria. Eu esgotaria as possibilidades. Mas você não me deu a chance.
Eu quis bater na porta da sua casa às 2h da manhã, quando o seu silêncio foi a razão da minha insônia. Eu quis ligar e dizer que tava arrependida. Mas no fundo não havia razões para que eu me arrependesse.
Eu só lhe dei amor. Amor que você não quis. Amor que você disse não. Amor que você queria que fosse mais manso, paciente e calmo. Mas o meu amor é todo intenso. O meu amor só sente. E sente muito. Nem mensura o estrago.
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Já não sei muito sobre você. Não sei se está namorando. Se aquela menina da foto é importante para você de um jeito que eu nunca fui. Não sei se ela o beija melhor. Não sei se é só uma amiga. Não sei. E não saber é duas vezes pior do que ter certeza. Certeza eu só tenho a de que você vive bem sem mim. A recíproca é verdadeira! Mas já tive dias melhores.
O seu desprezo me perseguiu a milhas de distância. Em outra cidade. Em outra dimensão. Chorei. Calei. Aquietei. Dormi.
Tive de ser forte. Sorrir por fora e morrer todos os dias dentro de mim. Há tempos eu não pisava no inferno que é o amor em espinhos. Mas você fez questão de me mostrar o caminho.
Minha estrada tem cheiro de saudade. Não importa o quanto eu ainda sinta, nada vai lhe trazer de volta. E eu sigo até encontrar a curva do esquecimento.
Deito-me em lembranças, acordo em mentiras e mais mentiras de um passado que quase foi verdade.
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O futuro está a dois passos, mas eu insisto em olhar para trás. Para onde sei que você está. Quanto tempo isso ainda vai durar? Só mais alguns dias… só mais alguns beijos que não são seus. Só mais algumas bocas, até não lembrar mais o gosto da sua.
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