Ina não foi capaz de superar o trauma de viver sem liberdade.
É difícil ouvir alguém falar sobre os direitos dos animais e como eles sofrem quando caem nas mãos humanas erradas. Há décadas eles são usados como forma de entretenimento em circos e zoológicos. Quem costumava frequentar esses lugares sabe bem como das atividades de animais: elefantes se equilibrando em bancos minúsculos, leões atravessando anéis de fogo, ursos fazendo atividades consideradas humanizadas….
A prática já deixou de ser usada há muitos anos, leis impedem empresas de usar animais como forma de atração em eventos privados e públicos, os circos precisaram se reinventar e introduzir novas ideias de espetáculo, alguns deles aderiram ao uso de hologramas hiper-realistas de animais raros e pouco vistos pela sociedade.
Testar produtos de beleza em animais, por exemplo, é uma prática muito utilizada por empresas de cosméticos, inclusive do Brasil. O consumidor não imagina o sofrimento que esteja causando ao comprar um simples creme de cabelo ou um batom de sua marca preferida. Os bichinhos submetidos a esse tipo de processo ocasionalmente saem com algumas sequelas e com vidas, já outros infelizmente não resistem aos testes.
Vários lugares como esses citados acimas utilizam da desculpa de prender alguns animais como objeto de estudo para melhores resultados no futuro, os zoológicos são um exemplo de ambiente onde o animal deve agir conforme seus orientadores desejam e, caso não obedeçam aos comandos, a agressão física entra em vigor, ferindo seus corpos, mas principalmente seu estado emocional.
O caso da ursa Ina foi postado na internet e comoveu diversos usuários nas redes sociais. Ela vivia no zoológico Piatra Neamț Zoo, localizado na Romênia, num local contendo uma piscina, um covil e uma gaiola que não era adequada ao porte da ursa, que ainda dividia o espaço com sua irmã Anca.
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Ina viveu em condições precárias por 20 anos, mas depois de muita insistência e protestos de organizações não governamentais, o governo romeno decidiu levar a ursa para uma reserva natural onde o animal poderia viver livre e longe dos humanos.
![Uma gaiola imaginária: urso vive circulando depois de 20 anos trancado em um zoológico](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2021/12/2Uma-gaiola-imaginaria-urso-vive-circulando-apos-20-anos-trancado-em-um-zoologico-400x300.jpg)
Viver por duas décadas em uma gaiola minúscula e sem nunca ter experimentado a sensação de liberdade, mesmo estando livre, Ina não consegue compreender adequadamente como é uma vida sem grades, tanto que a ursa continua andando em círculos, criando uma espécie de gaiola mental. Os novos cuidadores deduzem que, na cabeça dela, a gaiola faz parte da sua vida, pois é a única coisa que ela conhece.
Os responsáveis pelo santuário foram responsáveis por publicar o vídeo que viralizou. Eles decidiram mostrar para o público a triste cena como forma de dizer para as pessoas que os animais têm sentimentos, por isso sofrem com a crueldade, assim como nós sofremos.
Hoje os conhecimentos e experiências desses santuários conseguem salvar milhares de vidas animais que sofrem ou sofreram danos emocionais; o estresse prejudica o animal de diversas formas, como estresse crônico de alto risco.
Sabemos que os animais não conseguem demonstrar o que estão sentindo, mas podemos enxergar nas suas atitudes se eles estão estressados, com fome, tristes ou felizes, e tratá-los com amor e carinho é essencial para o seu desenvolvimento.
Animais não nasceram para ser entretenimento de humanos, alguns conseguem ser companheiros e são considerados nossos melhores amigos, como o cachorro, mas espécies silvestres, como a ursa Ina, precisam viver livres e no seu hábitat, junto com outros animais.
Para denunciar e salvar animais que vivem em uma situação de risco, entre em contato com a Polícia Militar da sua região.