Outro dia, ouvi uma discussão no autocarro em que uma senhora respondia que o respeito ganha-se.
“Uma pessoa tem que se dar ao respeito para recebê-lo dos outros.”
Eu não tinha o menor interesse na discussão, assim como os restantes passageiros, mas essas palavras ficaram na minha cabeça.
Durante toda a minha vida pensei que o respeito fosse algo que se tem por direito. Algo provável que já se espera.
Mas, ao pensar nas palavras da senhora, faz sentido. Então, e quando falta respeito? O que se faz?
Aí, sim, damo-nos ao respeito. E dar-se ao respeito é dizer “Olha aqui, nesse campo invisível dos relacionamentos há uma linha que você ultrapassou e que me fez sentir mal, por isso, afaste-se ou respeite a linha”.
Eu costumava ficar muito chateada quando me faltavam com o respeito. Gritava, aborrecia-me e, às vezes, as pessoas faziam sem querer. Porque era algo que considerava quase como uma violação dos meus direitos (e, no fundo, até é), mas as pessoas têm diferentes ideias de respeito e, portanto, é difícil saber quando se falta com o respeito.
Existem, ainda, aquelas pessoas que pedem desculpa e voltam a fazer a mesma coisa e torna-se um ciclo repetitivo que diz: “Se me quer perto de você, largue a linha do respeito e fique a sentir-se mal”. Mesmo que as próprias pessoas não compreendam que o fazem.
Nessa altura, eu acho que a solução é dar-se ao respeito. Deixar de se dar a essa pessoa para dar-se ao Respeito (como se o respeito fosse uma pessoa – é o que me transmite essa expressão).
Não temos que suportar tudo. E, geralmente, quando as pessoas insistem em forçar a linha do respeito e deixam de falar com você, quando você se impõe, são pessoas que você não precisa insistir na sua presença.
Afinal de contas, todas as pessoas merecem respeito, inclusive você. Daí, ser expectável, tê-lo, mas não expectável ter que o ceder, para ter amor ou atenção de alguém.
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No entanto, por vezes, estamos tão sedentos de carinho que esquecemos desta regra básica que reside em nós como uma máxima para estarmos bem.
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