Ninguém está em paz se não se deixar em paz.
Esperar que a paz venha de fora, na expectativa de que as situações se acalmem, que as doenças não existam, que a morte não chegue, que o outro sempre nos compreenda, que tudo saia exatamente como imaginamos, é infantil.
De uma forma ou de outra, a vida não vai se alinhar toda hora a nossos pensamentos do que seria o melhor. É preciso adaptar-se, é preciso encarar as situações como são e encontrar nelas a melhor solução possível, ao invés de viver a vida toda brigando com o que não existe, apenas para defender a nossa imaginação.
É essa atitude, muito mais interna do que externa, que cria a felicidade.
Creia ou não, a felicidade é um movimento interno de organização dos seus pensamentos e sentimentos diante do que a vida apresenta para você.
É inegável que saúde, dinheiro, amor, sucesso profissional são condições muito boas. Contudo, o fato delas existirem não garante a sua felicidade, principalmente se você não tiver a habilidade de aproveitar tudo isso.
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Osho já dizia que podemos ser colocados em um paraíso e demoraríamos pouco tempo para transformá-lo em um inferno. Porque vivemos em um caos mental, que faz com que tudo de bom que apareça na nossa frente seja ofuscado.
E um dos fatores que mais causam esse caos é nossa má relação com o passado. Este é um dos muitos setores que precisam ser trabalhados dentro de nós.
Por isso é fundamental a compreensão de que: não somos o nosso passado.
A vida passa por nós: um conjunto de fatos, situações e momentos em que participamos. Mas independente do que vivemos, tudo passa. O problema não está nesta passagem. O problema está quando não deixamos o passado passar. O problema está quando vestimos o passado e acreditamos ser aquela mesma pessoa de outros tempos, estar naquele mesmo momento já vivido, convivendo com as mesmas pessoas como eram. O problema está quando achamos que o passado ainda vive.
E o que nos prende ao passado?
A nossa mente.
Essa tela mental que insiste em reprisar o mesmo episódio, reviver o mesmo momento, tentar mudar aquilo que já está construído.
Mas você não é o seu passado. Você não é a mesma pessoa que viveu aquela situação. Você não precisa vestir aquele personagem antigo e acreditar que ele ainda existe.
Nada daquilo que você mesmo fez é você. Aquilo era na verdade a sua condição, a sua cabeça o seu modo de ver. Porém, você cresceu, mudou, aprendeu, desenvolveu. Por que ainda manter vivo aquilo que já foi?
O seu passado hoje nada mais é do que um recorte na sua memória, uma imagem mental, uma tela, uma fotografia, uma ideia, uma interpretação de como coisas foram. Isso não está mais aí. Não tem mais nada a ver com você. Você não é a somatória de tudo que você viveu. Você não é um conjunto de situações. Você é todas as virtudes que aquelas situações ajudaram você a desenvolver.
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Você fez o que sabia. Você fez do modo que podia. As pessoas agiram como conseguiram. As coisas foram como puderam ser.
Nem tudo sai como imaginamos, mas tudo ocorre de acordo com o que “precisamos”. Pois, dentro de cada situação encontram-se os ingredientes para a sua evolução e a dos demais. Somos todos personagens, que se ajudam mutuamente e interagem no palco da evolução.
Culpar-se, condenar-se, punir-se, sofrer pelo que não aconteceu não vai mudar o que já foi. É preciso exercitar a sua inteligência e perceber que é preciso encarar as coisas de modo funcional.
Não há como mudar o seu passado! Mas você pode fazer as pazes com ele!
Você pode olhar para ele e o libertar. Entender que ele nunca o feriu. Foi você que se feriu com a maneira com que olhou para ele, preferindo a ilusão do que a verdade.
É hora de aceitar que esse passado fez parte de você, mas que ele não é você. Porque você é mais do que viveu. Você é a grande consciência a desenvolver os seus potenciais e aprender a ser feliz.
Dê a si mesmo uma chance. Desligue-se do que já foi, do que poderia ter sido, do que aconteceu. Abra-se para aquilo que pode ser, e, principalmente, para aquilo que é.
Não perca a chance de dar um passo à frente, por ficar tempo demais olhando para trás.
Seu passado é seu amigo. Aprenda a conviver com ele, dê a paz a si mesmo e abra um espaço na sua mente, por onde a felicidade possa entrar.
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Direitos autorais da imagem de capa: shevtsovy / 123RF Imagens