Você sofre com os tremores na pálpebra? É uma sensação muito desagradável que pode durar dias, com pequenos intervalos.
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Os tremores nas pálpebras são uma indicação de que você vai com muita pressa na vida, e que precisa tirar um tempo para relaxar e desacelerar de toda a correria do dia a dia.
De acordo com a oftalmologista Andrea Lima Barbosa, diretora médica da Clínica dos Olhos São Francisco de Assis, no Rio de Janeiro, muitas pessoas a procuram sentindo esses sintomas.
“É sempre preocupante para a pessoa e o correto é procurar um especialista, mesmo. Esse tremor palpebral em episódios é uma luz vermelha avisando que algo não vai bem não só no seu corpo, mas em sua vida”.
Andrea confirma que os tremores são uma consequência do estresse: “Pode ser fadiga, ansiedade, resultado de noites mal dormidas ou problemas pessoais, por exemplo”.
Se você ou alguém que conhece sente os tremores, é muito importante procurar um médico para encontrar o tratamento adequado. Mas nunca é demais se prevenir. Portanto, mostramos abaixo as causas dos tremores e medidas preventivas.
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Causas
As causas dos tremores nas pálpebras podem ser muitas, mas é importante estar ciente das mais importantes:
- Fadiga: na grande maioria das vezes é causada pelas muitas horas em aparelhos como computadores ou monitores. Nestes casos é importante tirar um tempinho para descansar os olhos antes de voltar ao trabalho, 15 minutos é um bom intervalo;
- Estresse: quando decorrente de problemas no trabalho ou família, é preciso buscar uma alternativa para resolvê-los. Se necessário, fazer utilização de medicação relaxante muscular leve, sob indicação médica;
- Secura nos olhos: este sintoma também pode ser decorrente do uso contínuo de computadores. Nesse caso, os colírios podem ser de grande ajuda, bem como uma alternativa para aumentar a umidificação do ambiente de trabalho;
- Cafeína: se essa for a causa mais provável de seu tremor, o indicado é moderar ou suspender o consumo, dependendo do seu caso
- Causa não identificada: sugere-se a consulta oftalmológica completa com objetivo de se avaliar a função muscular das pálpebras, a superfície ocular, erros refracionais ou fundo de olho.
Fonte: Norma Allemann, Professora Adjunta do Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de Medicina – UNIFESP.
Estresse
Andrea Barbosa explica que o tremor, que na grande maioria das vezes é unilateral, é causado pela liberação de hormônios ligados ao estresse, que caminham em direção ao sistema nervoso autônomo. Os hormônios levam estímulos para as pálpebras, que passam a ter contrações involuntárias, não sendo possível controlar.
Luiz Carlos Portes, ex-presidente e membro do conselho consultivo da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, acrescenta às informações de Andrea alguns outros fatores que podem, em algum momento, causar os tremores: ingestão excessiva de cafeína, carência de vitaminas, idade avançada, excesso de horas em frente ao computador etc.
Os dois profissionais reforçam a importância de procurar um profissional oftalmologista para descartar doenças, ainda que quase sempre a causa seja apenas estresse.
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Barbosa diz: “Você tem de se perguntar o que vai fazer da sua vida, como anda o trabalho e os relacionamentos. Eu indico relaxamento, ioga, meditação, algo para acalmar mesmo. E, na medida do possível, evitar se estressar”.
E também acrescenta que o autocuidado é essencial para evitar o desenvolvimento de outras condições, como doenças cardíacas, depressão, ansiedade ou hipertensão, por exemplo.
“É preciso mesmo repensar a vida”, e fala sobre sua experiência pessoal: “Quando eu fazia plantão médico, eu mesma tinha isso com frequência. Era uma época bem estressante para mim”.
Como prevenir os tremores
Andrea recomenda gelo, porque anestesia a musculatura. Já Portes indica relaxante muscular, além de aconselhar seus pacientes a fazerem atividades relaxantes, como ir ao cinema, praticar exercícios e descansar, pois os tremores são mais propensos a parar quando estamos relaxados. No entanto, enfatiza: “Se notamos que é algo de ordem pessoal ou depressão mesmo, o correto é encaminhar a um psicólogo ou psiquiatra”.
Quando a condição é mais rara
Em algumas ocasiões, pode-se experimentar os tremores cronicamente, o que indica que é algo mais grave, diz Andrea:
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“Existe a doença do espasmo essencial, blefarospasmo, que é rara. É o famoso tique nervoso, a pálpebra fica tremendo o tempo todo. Daí é preciso tratamento com um neuro-oftalmologista que usará injeções de Botox”.
A professora adjunta do Departamento de Oftalmologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Norma Allemann, explica que, em alguns dos casos crônicos, depois de ter sido feito o diagnóstico diferencial adequado, com doenças neurológicas que podem estar associadas, a toxina botulínica é aplicada no paciente em injeções e os efeitos podem variar entre três e seis meses.
“O blefarospasmo é uma condição rara, um tipo de distonia facial, geralmente bilateral e associado a contraturas de outros músculos da face e caracterizado pela impossibilidade de controle voluntário. Pode ser um sintoma de doenças neurológicas e deve ser acompanhado de consulta especializada para diagnóstico”, complementa.
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