A minha relação com a vida é o que importa. Tenho que aprender a lidar com tudo que tenho e com tudo que sou. Ajeitando uma coisa ali, outra ali.
Sem precisar disfarçar para mim mesma o que desejo no fundo do meu coração. Tantas coisas mudaram, tantos sentimentos foram expostos e alguns foram deixados para trás.
Porque a vida me pede muito mais do que ansiedade excessiva, transtornos internos, ou baldeações para tentar chegar a caminhos que já nem existem mais.
A minha relação com o tempo merece ser mais produtiva, mais altruísta, mais serena, levando-me a lugares que desconheço, sem medo pela tentativa de me realizar.
A energia de certos lugares anda ruim, assim como o coração de mentes tão precárias de emoção e sentimentos bons.
Muitos falam, muitos aplaudem a dor alheia como se fosse bonito expor nas prateleiras de cada um a necessidade de exibir a sua felicidade para o que é contrária à paz e à sensibilidade ao próximo.
A minha decisão por vezes demorada, mas cabível dentro do que mereço me fez enxergar um prisma mudado, uma renovação diferente.
Sinto que não posso exagerar nas minhas tristezas nem me distrair demais dentro daquela dor extenuante ou daquele pensamento que não leva a nada gerando mais confusão e luta pessoal.
Sinto como se páginas fossem viradas, como se baterias fossem recarregadas dentro da consciência que um dia falou, um dia agiu, um dia também se cansou e desistiu.
É natural que se tente, é natural que se continue ou que se desista de coisas que se tornaram paralelas e que já não atravessam o mesmo lado, já não combinam com o que sou.
Ser forte, ser fraca, ser dona das minhas vontades e das minhas necessidades dentro das minhas características me tornou alguém com capacidade para compreender o outro e também me religar a tudo que seja divino, elucidando e ao mesmo tempo dando a dimensão da luz existencial que há em mim.
Rótulos, falas, tropeços, desejos, capacitação e tudo que compõe a vida merece ser cuidado e tratado não como descaso, não como fuga, não como desrespeito.
Sem desleixo e com mais dedicação ao que preciso, vejo melhoras em mim.
Não quero ser certa sempre, nem quero carregar meus erros como se fossem troféus e colocá-los na estante da vida para que eu me lembre deles.
Eu estou aprendendo. Aprendendo com a bagagem que recebo e trato com mais silêncio e amor por mim.
Se eu for parar para pensar em quem não me gosta, em quem não me deseja felicidade, em quem não me diz nada porque não sabe ao menos tentar se aproximar, porque não me vê, eu digo que onde estou é mais confiável no meu presente é mais nítido porque consigo olhar para dentro do que sou e não para que os outros querem.
A minha relação de esperança e de que eu siga com dignidade, sabendo me encontrar, me trouxe mais sabedoria e leveza.
O mundo anda roto, pessoas se rasgam e veneram o supérfluo, o vazio, o que parece ser uma falsa vida cheia de ilusões.
Minha relação é maior do que isso. É de paz, de reconciliação e estrutura mais alicerçada com o lado espiritual.
Fecho os olhos para muita coisa e me mantenho sã aos olhos de Deus. Essa batalha é minha. As armas que possuo não querem ferir ninguém.
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