Hoje escrevo um pouco sobre o que sinto e percepciono acerca da PAZ. Podemos dizer que o que escrevo está dividido em três partes. Em cada intervalo você pode parar um pouco e refletir nas questões que eu coloco.
De forma a criar a diferenciação da paz em relação aos demais sentimentos, em traços gerais, falarei de forma bastante abrangente sobre a felicidade.
A felicidade em si pode ser classificada num estado menos constante que a Paz. É perfeitamente possível estar feliz num determinado momento, e num momento posterior essa felicidade pode dar lugar ao inverso, à infelicidade, sem que haja um motivo plausível – aparentemente.
Ao falar de felicidade, é importante mencionar que este sentimento pode ter variáveis que o tornam limitado.
A paz permanece imutável ao longo do tempo e do espaço, à medida da viagem de cada pessoa, quer haja a felicidade ou o inverso, a infelicidade. A paz, quando adquirida verdadeiramente permanece no Ser que a adquiriu, sem esforço. Apenas é paz em fusão no universo interior.
Existe, porém, uma pequena diferença do que é a paz da sensação de paz. A sensação de Paz é boa. Isso são os rasgos de paz. As percepções tão agradáveis, e claro, valorizadas. A sensação de paz é o que antecede a verdadeira paz, pois ao experimentamos e apreciarmos a sensação vamos à procura e à descoberta do sentimento como plenitude.
Quais as suas sensações de paz? Em que momentos você encontra essas sensações? Onde as encontra? Como você prolonga essas sensações? Em você, como é sentida a paz?
A Paz (independentemente do sentimento de felicidade), dá-nos um estado de serenidade e tranquilidade, pois depende exclusivamente de nós num sentido profundo e inexplicável. Esse estado é simplesmente sentido.
Já a felicidade é um pouco diferente. A felicidade não depende exclusivamente de nós mesmos, do nosso Ser individual, pois, na nossa condição humana, precisamos de relacionamentos – e consequente interação -, e ao ter essa gentil necessidade a felicidade constante tornasse dependente.
Por isso quando falam da “verdadeira felicidade” do autoconhecimento, cria-se um alinhamento na ligação com o Universo. Acredito que isso seja algo mais do que felicidade. Acredito que isso seja a paz que tanto é procurada.
O autoconhecimento em um nível mais profundo, dota-nos de paz – afinal encontramos o que ansiamos. Mas, inconscientemente, o autoconhecimento é vivido numa busca e numa ânsia que muitas vezes cria frustração devido à elevada pressão autoincutida, às formatações mentais da atual sociedade e também às expectativas criadas acerca de determinada “solução”.
Cuidado para não confundir paz com felicidade! Quem diz que para ter paz tem que haver felicidade (a tal sensação de paz), pode estar inconscientemente encoberto e camuflado em relação ao transcendente. Na paz, a felicidade torna-se uma desconhecida.
A felicidade é vivida nos momentos e quando os momentos passam levam consigo a felicidade. Depois vamos “correr atrás da felicidade” criando e recriando novos momentos e assim repetimos o ciclo. Tornamo-nos dependentes de momentos.
A paz é diferente. Não fica para trás no tempo. Não passa. Não desaparece. Não foge. Permanece ao longo do tempo. Imutável. Constantemente renovada. A paz é um estado primordial da essência. A felicidade é um estado da condição humana.
Na sua busca diária pela felicidade como você se sente? Como é feita essa busca e com quem?
E a paz, em quem a procura? Onde a procura?
A partir de agora, proponho que sinta este texto de maneira diferente. Antes de lê-lo, sente-se confortavelmente. Aquiete-se um pouco, acalme a sua respiração, sentindo apenas as palavras e observando o sentido por trás de cada palavra.
A Paz é um estado da essência, mais ligada ao invisível, logo é sentida de maneira tranquila, serena, harmoniosa. Pode imaginar dentro de si mesmo a sua presença. Pode imaginar que só existe você em todo o Universo. Imagine o Universo como um todo vazio, escuro ou branco, opaco ou brilhante, em que nada existe, mas a existência está toda presente ali, pois tu é a existência perfeita, bem no centro Universo. Pode imaginar a paz? Retrate essa paz em que é dispensável haver algo ou alguém para tê-la. Desse modo, você é a paz. É desnecessário sequer saber o que é a felicidade. Nem existe sequer a felicidade neste contexto. Você é um Universo lindo. Você é a própria felicidade.
Sinta a PAZ sem esforço e sem questionar nada sobre o todo que o rodeia – todo esse que é o vazio, mas bastante cheio e completo. Apenas sente-se. Observe. Ouça. O que você sente? O que você vê? O que você ouve?
Talvez isso seja a PAZ, a essência plena. Sinta essa PAZ em que nada retira o que você sente, seja em que contexto for. Agora, sempre que algo tirar sua PAZ, você pode voltar ir à sua essência, ao seu interior, ao seu Universo.
Pode lembrar, imaginar, alterar e até recriar todo o seu Universo e adquirir da sua fonte interna toda essa PAZ envolvente que sentiu. Pois se sentiu é porque existe. Está lá para você. Pode sentir sempre que desejar.
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