A depressão pode ser definida, de forma bem simples, como um sentimento de impotência diante de uma situação que a pessoa gostaria de modificar, mas não tem poder de decisão sobre ela.
No mundo moderno, os índices de depressão vêm aumentando a cada ano. Sugestionada pelas propagandas dos laboratórios, que afirmam que depressão tem de ser controlada por medicamentos, a população recorre a componentes químicos cada vez mais ativos, como se estivesse em busca da pílula da felicidade, tornando-se dependente das drogas lícitas, tão nocivas ao organismo quanto as ilícitas.
Os antidepressivos atuam no cérebro apenas compensando disfunções bioquímicas do organismo, como se estas disfunções fossem a origem do estado depressivo.
É como se um sinal de alarme fosse desligado, sem que se procurasse descobrir o risco que ele sinaliza.
Com o uso continuado desses medicamentos, são necessárias doses cada vez mais fortes para bloquear os impulsos nervosos que continuam sendo produzidos no cérebro por uma espécie de padrão mental vicioso, pelo qual a pessoa revive situações de sofrimento físico ou emocional, mesmo que não se torne consciente do fato.
Além disso, o uso continuado de antidepressivos acarreta uma cristalização dos conteúdos emocionais retidos, dificultando ou impossibilitando, no decorrer dos anos, o acesso terapêutico a essas memórias, conduzindo o usuário à indesejável condição de dependente químico, com efeitos visíveis sofre o tônus muscular e a mobilidade do corpo em geral.
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Embora, aparentemente, a pessoa sinta alívio dos sintomas habituais e o uso de medicamentos seja adequado em situações críticas ou emergenciais, isso não significa que as causas da depressão tenham sido alcançadas e eliminadas.
É comum os pacientes que fazem uso prolongado de antidepressivos apresentarem uma relação artificializada com as situações de vida, como se não tivessem uma ligação afetiva com as diferentes situações que enfrentam no dia a dia. Falta-lhes o entusiasmo natural que caracteriza as pessoas emocionalmente saudáveis.
Os estudos mais profundos sobre a depressão, não custeados por laboratórios químicos, e que não têm interesses comerciais na venda de medicamentos, têm demonstrado que as causas da depressão se encontram em níveis bem mais profundos da mente.
O inconsciente humano, que atua sobre a função cerebral por meio do chamado sistema nervoso autônomo, emite padrões de pensamentos na forma de impulsos elétricos, que produzem descargas emocionais, por sua vez geradoras de alterações bioquímicas no cérebro, mais especificamente no hipotálamo, que é o centro das emoções. Assim como os padrões mentais positivos ativam a produção de serotonina, substância geradora da sensação de felicidade, padrões mentais negativos reduzem esta produção, o que se traduz em sensação de infelicidade e apatia diante da vida. Torna-se necessário então entendermos o que leva o inconsciente a produzir padrões mentais de felicidade ou infelicidade.
A depressão pode ser definida, de forma bem simples, como um sentimento de impotência diante de uma situação que a pessoa gostaria de modificar, mas não tem poder de decisão sobre ela.
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Esse sentimento pode ser gerado pela expectativa de mudança de comportamento de outra pessoa ou situação entendida como única solução possível para um problema.
Essa situação atual, por sua vez, ativa no inconsciente profundo memórias mais antigas – da primeira infância, nascimento, vida intrauterina ou registros transpessoais – nas quais esse sentimento de impotência diante de alguém ou algo mais poderoso já foi vivenciado.
As técnicas regressivas permitem que estes conteúdos emocionais sejam alcançados, compreendidos e esvaziados, dissolvendo aquele padrão mental e trazendo o inconsciente para o momento presente, no qual as soluções de vida podem efetivamente ser encontradas. Além disso, a carga emocional liberada é transformada em reação positiva, por meio de técnicas de reprogramação mental, com a criação de padrões inconscientes mais positivos, facilitando a recuperação do poder de reação da pessoa. O fato de essas memórias serem trazidas à consciência permite também que a pessoa identifique o padrão mental inconsciente que a levava a reagir sempre do mesmo modo, diante de determinadas situações, muitas vezes atribuindo-lhes um valor excessivo, como uma criança, diante dos obstáculos do mundo adulto.
Depois que os focos depressivos inconscientes são identificados e seus conteúdos esvaziados, a pessoa retorna ao seu estado natural de equilíbrio psíquico.
Diante dos obstáculos da vida, ela passa a se redirecionar para a busca de soluções que estejam dentro do seu campo de ação, independentemente do que os outros façam ou deixem de fazer, assumindo o controle e a responsabilidade pelas próprias decisões. Além disso, o processo de autodescobrimento revela potenciais inconscientes, antes desconhecidos, que permitem à pessoa fazer um redimensionamento daquilo que efetivamente é importante para si mesma – ou não – em termos de valores e objetivos de vida, compreendendo a beleza e a complexidade que permeiam as relações humanas, numa dimensão que nenhuma pílula da felicidade poderá lhe proporcionar.
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