Faça o melhor sempre e incondicionalmente.
Algumas vezes já veio à sua mente a frase: “Não adianta!”. Certo? Esse pensamento é mais comum do que se imagina, resultado de um momento de baixa emocional, quando a decepção nos abate.
Às vezes, é fruto da frustração de nossas expectativas em relação a atitudes de outras pessoas ou ainda se revela no momento em que nos deparamos com a nossa impossibilidade de mudar uma situação.
Respeitar as diferenças garante a boa convivência
Baixar nossas expectativas em relação aos outros é um aprendizado importante que tem a ver com respeito, compreensão e empatia. As pessoas são únicas, sua forma de pensar e agir pode ser muito diferente da nossa, e nos decepcionamos quando não entendemos o pluralismo como forma de convivência e nos abatemos moralmente por não conseguir realizar as coisas da forma como desejamos. Por isso, diante de uma decepção que nos leve a sentir que nada há mais a fazer, vale observar se, na verdade, o que estamos querendo é impor os nossos conceitos como verdade absoluta.
É fundamental lembrar que o respeito às diferenças garante a boa convivência.
Outra coisa é quando nos deparamos com a impossibilidade de mudar situações que causam dor e prejuízo a nós mesmos ou a outrem. Muitas vezes, não somos capazes de fazer algo que nos beneficie, também não conseguimos aliviar a dor de alguém e sentimos o gosto amargo da injustiça. Como gostaríamos de mudar situações que são claramente espúrias, que causam dor e desassossego em nossa sociedade marcada pela desigualdade que esmaga, sufoca e humilha.
Nossas limitações nos injuriam. Por mais que um médico dê o seu melhor, ele não salvará todas as vidas, pois algumas chagas se manterão abertas e isso, muitas vezes, será fatal. Um operador da Justiça pode idealizar planos de paridade condizentes com a sua ocupação, no entanto, por mais que ele lute, não conseguirá mudar um sistema e fazer com que a justiça prevaleça na sociedade em que vivemos.
E assim podemos analisar cada situação, cada pessoa em sua área de ação, chegando a um ponto comum: só se pode fazer aquilo que lhe compete.
Quem não aceita as próprias limitações cai em dois engodos: ou se acomoda e legitima as injustiças do mundo ou se revolta e adoece como consequência das tentativas vãs.
Enquanto escrevia essas palavras, veio à minha mente o provérbio chinês: “Espere com paciência; ataque com rapidez.” Acredito que esse ponto de equilíbrio é o que faz a diferença entre os que muito exigem e pouco fazem, e os que aceitam a realidade sem luta.
Maturidade é saber se colocar no mundo como agente transformador, sem se comprometer com as ilusões do poder humano.
Direitos autorais da imagem de capa: Charlein Gracia/Unsplash.