Para muitos, só há uma maneira de ser bem-sucedido: ter um cargo fodão em uma multinacional fodona, morar em um duplex com varanda gourmet localizado em algum bairro nobre, usar somente roupas de grife, andar por aí dentro de um carrão luxuoso e construir uma família Doriana (com direito à festa de casamento ostentação, a filhos cabeludinhos poliglotas e a alguma raça de cachorro da moda, tipo o Lulu da Pomerânia ou o Buldogue Francês).
Você faz parte do enorme grupo que pensa assim? Cuidado! Porque essa sua visão limitada a respeito do que é ser bem-sucedido poderá se transformar em matéria-prima para muitas frustrações futuras, se é que ela já não é o combustível das suas principais frustrações atuais.
Eu sei que você sofre um bocado por não ser como a sua prima, que antes mesmo dos 25 anos já havia se formado em economia por uma universidade federal, já atuava como gerente em um banco poderoso, já morava em um espaçoso apê quitado e já estava casada com um “partidão” – palavras da sua mãe, entre uma garfada de tender e uma colherada de pavê no último Natal.
Sei, também, que você se sente o verdadeiro sinônimo do fracasso quando pensa que, com mais de 30 anos nas costas, paga aluguel, anda de busão, está solteira e trabalha com algo que, apesar de muito divertido e emocionante, nunca lhe colocará nas páginas da Forbes ou da VOCÊ S/A.
Mas será que esse sofrimento todo faz algum sentido? Ou será que você anda sofrendo à toa por achar que só existe uma forma de sucesso? Afinal, quem disse que o conceito de sucesso, para você, precisa ser idêntico àquele constantemente divulgado por revistas de carreira, pregado pelos seus pais desde que você usava fraldas e que, comumente, aparece nos filmes hollywoodianos?
Quem disse que não existem outras formas de sucesso? Hein? Quem foi o filho da puta que inventou essa convenção que hoje, com certeza, é a mãe de muitas frustrações? Não sei. Só sei que você, talvez, seja bem-sucedida sem saber.
Pois tem saúde para dar e vender, uma família que faz tudo por você, amigos que ocultariam um cadáver se você pedisse, um emprego que lhe dá prazer, a possibilidade de fazer uma viagem por ano (nem que apenas à praia mais próxima), um namorado profissional em cafuné e uma porção de coisas simples que, sem dúvida, significam “sucesso na vida”. Acredite!
Sucesso, de verdade, é aprender a ser feliz com as ferramentas que a vida nos fornece. Sucesso é aceitar as limitações que temos e, apesar delas, sorrir sem limites, até sentir câimbra nos beiços e dor no abdômen. O Sucesso vai muito além de uma carteira cheia de dólares, falo sério.
Quer um exemplo? Tenho um amigo que trocou um ótimo salário (algo em torno de R$ 10.000,00) e uma cobertura nos Jardins por uma vida simples no interior de Minas Gerais; hoje ele é dono de uma sorveteria, mora em uma casinha bem simples e se considera um cara muito bem-sucedido. E quem somos nós para dizer que ele está errado? Quem somos nós para afirmar que ele cometeu um ato de loucura ao trocar a glamorosa publicidade por sorvetes de massa ao som de passarinhos?
O sucesso é algo extremamente relativo, ou seja, o que é sucesso para mim, para você, pode ser um tremendo fracasso. E vice-versa. Aliás, para mim, sucesso é poder viajar por esse mundão, tomar cafés fortes sempre que as pálpebras começarem a pesar, ter a oportunidade de comer temakis assim que o estômago começar a roncar, viver rodeado por gente que eu amo mais que pão de mel, conseguir viver – o que é diferente de sobreviver – da minha escrita e, nas noites frias, ter um bom filme à disposição.
E alguém que curta um sexo bem quente, claro. O resto, meu bem, eu deixo para os engravatados que, com 30 anos, chegam à presidência de empresas fodas, mas que, infelizmente, não têm tempo para gastar a fortuna que ganham. E que, provavelmente, morrerão sem entender este texto.
________
Por: Ricardo Coiro – Via: Superela (Superela é uma plataforma capaz de fazer as mulheres mais felizes, tudo de especial sobre Amor, Sexo, Vida, Beleza e Estilo! Mais textos incríveis em: Superela.com)